13 de jan 2025
Rio de Janeiro planeja programa de combate à obesidade com semaglutida e liraglutida
O Rio de Janeiro lançará programa de obesidade com semaglutida e liraglutida em 2026. A inclusão no SUS foi negada devido ao custo elevado de R$ 12,6 bilhões em cinco anos. A liraglutida já é usada em outros estados e protocolos de saúde, mas semaglutida não. A adoção pode reduzir internações e custos com diabetes e obesidade, segundo autoridades. Uso indiscriminado dos medicamentos gera riscos à saúde, alertam especialistas.
Foto:Reprodução
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A cidade do Rio de Janeiro está desenvolvendo um novo programa de combate à obesidade, que incluirá a oferta de medicamentos como semaglutida e liraglutida, inicialmente utilizados para controle da diabetes, mas que se tornaram populares devido à perda de peso associada. A Secretaria Municipal de Saúde prevê a implementação do programa a partir de 2026, com um grupo de trabalho já formado para definir a estratégia de uso. A liraglutida já é utilizada em outras regiões do Brasil, como Goiás e Espírito Santo, e faz parte de protocolos de tratamento em instituições como o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (Iede).
Embora a fabricante Novo Nordisk tenha solicitado a inclusão desses medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2023, o pedido foi negado devido ao alto impacto orçamentário estimado em R$ 12,6 bilhões em cinco anos. Contudo, a situação pode mudar com a queda da patente da liraglutida, permitindo que outros laboratórios a produzam. A semaglutida, por sua vez, ainda é patenteada e seu custo nas farmácias varia entre R$ 800 e R$ 2 mil por mês, enquanto a liraglutida custa cerca de R$ 700.
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Karen de Marca, expressou otimismo quanto à adoção desses medicamentos na rede pública, ressaltando os benefícios que podem trazer, como a redução da mortalidade por doenças cardiovasculares. O secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, acredita que a implementação do programa pode gerar economia aos cofres públicos, já que o Rio de Janeiro gasta cerca de R$ 130 milhões anualmente com internações relacionadas a diabetes e obesidade.
O tratamento será integrado, com acompanhamento nas Clínicas da Família, onde médicos definirão o protocolo terapêutico. A endocrinologista ressalta a importância de um tratamento multidisciplinar, considerando que a obesidade é uma condição multifatorial. Além disso, a venda dos medicamentos exige receita médica, mas a Anvisa discute a possibilidade de restringir ainda mais o acesso, devido ao uso indiscriminado que pode acarretar riscos à saúde, como efeitos adversos e agravamento de transtornos alimentares.
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