11 de fev 2025
Cedae implementa tecnologia da NASA para monitorar poluentes em rios que abastecem Niterói e São Gonçalo
A Cedae investe R$ 50 milhões em monitoramento dos rios Guapiaçu e Macacu. Tecnologia avançada detecta contaminações em tempo real, incluindo tolueno. Polícia Civil investiga origem do tolueno, mas ainda não há prisões. Comunidades locais temem impactos da contaminação na agricultura e saúde. Especialistas alertam sobre degradação ambiental e necessidade de reflorestamento.
Foto:Reprodução
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A Cedae iniciou a implementação de um sistema inédito de monitoramento ambiental nos rios Guapiaçu e Macacu, que abastecem o Sistema Imunana-Laranjal, beneficiando Niterói, São Gonçalo, Ilha de Paquetá, parte de Maricá e Itaboraí. Com um investimento anual de R$ 50 milhões, o projeto inclui sondas flutuantes, câmeras de alta tecnologia, drones e veículos para fiscalização. Essa ação surge em resposta à crise ambiental que afeta a região há quase um ano, marcada pela contaminação por tolueno, um composto químico associado a atividades industriais.
Zeca Pereira, pescador local, expressou preocupação com a qualidade da água, afirmando que "a água não tem mais a mesma cor". O gerente de qualidade da Cedae, Robson Campos, informou que um plano de contingência está em vigor desde 9 de janeiro, com monitoramento aéreo diário em uma área de 70 km². Sete pontos de monitoramento foram instalados, utilizando tecnologia avançada para detectar alterações na qualidade da água em tempo real. Campos destacou que "nenhuma outra empresa de saneamento no Brasil possui essa tecnologia".
Apesar das inovações, produtores rurais, como Ana Lúcia dos Santos, ainda temem os efeitos da contaminação nas plantações. Ela afirmou que já perdeu parte da colheita devido à qualidade da água para irrigação. O engenheiro sanitarista Alexandre Pessoa Dias enfatizou a urgência em identificar a origem do tolueno, alertando que "sem isso, o risco de novas crises permanece". A degradação ambiental da bacia hidrográfica também é uma preocupação, com a ausência de áreas reflorestadas e matas ciliares.
A Polícia Civil abriu um inquérito em abril do ano passado para investigar a contaminação, que pode ter sido causada por vazamentos. A perícia encontrou grande concentração de tolueno e foram realizadas vistorias em 17 empresas da região. Embora as investigações estejam em andamento, nenhum suspeito foi preso até agora. A Cedae espera expandir o sistema de monitoramento para o Sistema Guandu, visando detectar rapidamente qualquer contaminação na bacia. Enquanto isso, as comunidades locais permanecem em alerta, aguardando soluções definitivas.
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