Apenas 40% dos cursos de Medicina no Brasil atingem notas altas de qualidade

BRASÍLIA – Apenas 40,4% dos cursos de Medicina no Brasil obtiveram notas 4 e 5 no Conceito Preliminar de Cursos (CPC), indicador do Ministério da Educação (MEC) que avalia a qualidade das graduações. Dos 309 cursos analisados, 20% apresentaram desempenho insatisfatório.

Nos últimos anos, o número de cursos de Medicina cresceu, impulsionado pelo programa Mais Médicos, que incentivou a abertura de graduações em áreas remotas. Associações de ensino superior têm pressionado por critérios mais flexíveis para a criação de novas escolas médicas. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou os dados nesta sexta-feira, 11.

As notas do CPC variam de 1 a 5. A maioria dos cursos avaliados, 50,5%, recebeu nota 3, considerada regular. Apenas 1,9% alcançou a nota máxima. O desempenho dos alunos no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) é um dos critérios utilizados para a avaliação, que também considera a infraestrutura e o corpo docente.

Entre os cursos de Medicina, 44,9% tiveram notas 4 e 5, enquanto 33,6% ficaram com nota 3. 20% dos cursos obtiveram notas 1 e 2. O desempenho foi melhor nas universidades públicas, onde apenas 6,1% dos cursos tiveram notas baixas, em comparação a 27,3% nas instituições privadas.

Mudanças na Avaliação

O MEC planeja reformular a avaliação dos cursos de Medicina, buscando um foco maior na formação prática. O diretor de avaliação do Inep, Ulysses Teixeira, destacou que a quantidade de itens específicos no exame é insuficiente para avaliar um curso de seis anos. Um estudo preliminar indicou que 64,2% dos cursos estavam dentro do esperado.

As mudanças visam aprimorar a análise da formação prática dos estudantes, especialmente nas áreas de atenção básica e especializada. O Inep já implementou alterações na avaliação de cursos de licenciatura e agora considera que é o momento de revisar a avaliação dos cursos de Medicina.