30 de mai 2025
Ivermectina não reduz mortes e hospitalizações por covid, afirma estudo recente
Estudo recente refuta alegações de que a ivermectina reduz hospitalizações e mortes por COVID 19, destacando sua ineficácia.
Foto:Reprodução
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Um vídeo recente de um médico, Davi Rodrigues, que circula nas redes sociais, afirma que a ivermectina reduz hospitalizações e mortes por COVID-19. No entanto, um estudo publicado em abril de 2024 no The Journal of Infection contradiz essa alegação, indicando que o uso do medicamento não é clinicamente relevante.
O estudo, intitulado "Ivermectina para COVID-19 em adultos na comunidade (PRINCIPLE)", não concluiu que a ivermectina reduza o tempo de hospitalização ou a mortalidade. Embora tenha identificado uma leve redução no tempo de recuperação, os autores ressaltam que esse efeito é mínimo e não justifica o uso do medicamento. A pesquisa afirma que é "improvável que a ivermectina proporcione melhora clinicamente significativa na recuperação, internações hospitalares ou desfechos a longo prazo".
Rodrigues, em seu vídeo, menciona que a ivermectina resultou em dois dias a menos de infecção e uma redução de 60% nos casos de hospitalização e morte. Contudo, o estudo não faz referência à eficácia do medicamento contra a gripe, como sugerido em postagens nas redes sociais. Os pesquisadores afirmam que a ivermectina não deve ser utilizada para tratar a infecção por SARS-CoV-2 em países com alta taxa de vacinação.
Análise Crítica
O infectologista César Carranza Tamayo explica que, embora o estudo tenha mostrado um benefício subjetivo em casos leves a moderados de COVID-19, não houve vantagem em desfechos objetivos como hospitalização e mortalidade. Ele menciona uma revisão sistemática que concluiu que a ivermectina não demonstrou eficácia em nenhum estágio da doença.
O vídeo de Rodrigues, que frequentemente questiona a eficácia das vacinas, tem gerado desinformação. A interpretação errônea dos dados, que sugere uma redução significativa nas hospitalizações, foi contestada por especialistas. O pesquisador Gabriel da Rocha Fernandes, da Fundação Oswaldo Cruz, esclarece que a diferença apresentada pode ser um artefato estatístico, sem relevância prática.
A disseminação de informações enganosas sobre a ivermectina reflete a falta de compreensão crítica em relação a estudos científicos, especialmente em um contexto onde a desinformação sobre a COVID-19 se tornou comum.
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