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10 de jul 2025

Má formação médica compromete acesso a cuidados de saúde na população

Especialistas pedem reforma na formação médica para melhorar atendimento no SUS e reduzir custos com encaminhamentos desnecessários.

Símbolo do SUS no Super Centro Carioca de Saúde, em Benfica, no RJ (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Símbolo do SUS no Super Centro Carioca de Saúde, em Benfica, no RJ (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Recentemente, especialistas destacaram a necessidade urgente de reformar a formação médica no Brasil, que tem sido criticada por sua baixa qualidade. Durante o Fórum Descentralização do Cuidado, em Brasília, Mauro Guimarães Junqueira, secretário-executivo do Conasems, afirmou que muitos médicos recém-formados atuam como "despachantes" nas unidades básicas de saúde (UBSs), sem a preparação necessária para resolver problemas da população.

A formação inadequada resulta em profissionais que, motivados pela urgência de renda, acabam repassando pacientes para especialistas, aumentando os custos e o desgaste para os usuários. "Tem médico que encaminha um paciente para o endocrinologista só para prescrever insulina," criticou Junqueira. A falta de vagas em programas de residência e a baixa atratividade das bolsas agravam a situação, levando os médicos a buscar emprego nas UBSs sem a devida capacitação.

Descentralização do Cuidado

A descentralização do cuidado no Sistema Único de Saúde (SUS) é vista como uma solução para melhorar o atendimento. Essa abordagem propõe que o cuidado ocorra em locais mais próximos ao paciente, como UBSs e ambulatórios, em vez de hospitais, que devem atender apenas casos graves. José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde, ressaltou que a descentralização deve ser acompanhada de uma formação adequada e valorização do trabalho em equipe.

Iniciativas em estados como São Paulo e Minas Gerais têm mostrado resultados positivos. O programa "Pabinho" em São Paulo aumentou os repasses financeiros para a atenção básica, resultando em uma melhora significativa na cobertura vacinal. Minas Gerais investe em teleconsultorias para fortalecer a atenção primária, enquanto o Recife utiliza a digitalização para reduzir filas de espera.

Exemplos Internacionais

Experiências internacionais também reforçam a eficácia da descentralização. No Reino Unido, houve uma redução de 800 mil internações em 2022, enquanto em Singapura, um programa similar economizou 7.000 dias de leito. Flaviano Ventorim, vice-presidente da Confederação das Santas Casas, alertou que a gestão da informação será crucial para o sucesso dessas iniciativas.

O Brasil possui tecnologia e conhecimento acumulado, mas para efetivar a descentralização, é essencial priorizar uma formação médica que valorize a saúde coletiva e o cuidado próximo ao paciente.

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