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09 de mar 2025

Apagamento digital: a inteligência artificial e o controle da nossa memória coletiva

O pesquisador Guido Melo alerta sobre o "apagamento pela IA", que manipula registros históricos. Imagens geradas por IA reforçam estereótipos, impactando o comportamento humano. A digitalização não garante diversidade, podendo excluir saberes tradicionais. Manipulações intencionais por governos e corporações ameaçam a memória coletiva. É urgente regulamentar a IA para proteger a história e a identidade cultural.

Foto:Reprodução

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A pesquisa de Guido Melo, um acadêmico da Victoria University em Melbourne, Austrália, investiga o impacto da inteligência artificial (IA) no comportamento humano, especialmente em movimentos de extrema direita. Melo destaca que as imagens geradas por IA frequentemente perpetuam estereótipos sobre grupos marginalizados, como mulheres e pessoas LGBTI+. Durante sua pesquisa, observou que os participantes tendiam a reforçar esses preconceitos ao interagir com tais imagens, evidenciando o poder que as representações visuais têm na formação de opiniões e na memória coletiva.

Melo introduz o conceito de apagamento pela IA, que se refere aos riscos de manipulação e distorção de registros históricos. Ele menciona um exemplo recente, quando a performance de Alicia Keys no Super Bowl teve um erro corrigido na versão oficial do vídeo, levantando questões sobre a autenticidade dos registros e quem decide o que é real. Essa manipulação pode se estender a documentos históricos, criando uma narrativa oficial que não reflete a verdade.

A digitalização democratizou o acesso à informação, mas não garante diversidade. Exemplos como a Wikipedia mostram que dados digitalizados podem conter vieses. Melo alerta para o apagamento linguístico pela IA, que exclui perspectivas culturais ao se basear predominantemente no inglês. Além disso, conhecimentos tradicionais e histórias orais podem ser excluídos dos bancos de dados, comprometendo a continuidade de saberes essenciais.

Por fim, Melo enfatiza a necessidade de regulamentação e ética na construção de bancos de dados, além de defender a diversidade nas representações digitais. Ele conclui que a integração da IA nos sistemas sociais deve ser feita com responsabilidade, para que a história não seja moldada por interesses específicos, preservando assim a memória coletiva e a identidade cultural.

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