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18 de jul 2025

Áudio 3D: a nova era da experiência sonora

Tecnologia de som vem ganhando mais força nos últimos anos e trás uma nova experiência na hora de escutar músicas

Dolby foi uma das pioneiras em popularizar essa invenção - Foto: Divulgação/Apple

Dolby foi uma das pioneiras em popularizar essa invenção - Foto: Divulgação/Apple

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Era comum a alguns anos atrás pesquisar uma música no Youtube e se deparar com uma versão "8D" dela. Ao ouvir com fones, a impressão era que o som girava ao seu redor, dando uma sensação diferente do que estamos acostumados no áudio comum, que vem só da esquerda e da direita, o chamado estéreo. Na prática, o tal “8D” era só uma edição no estúdio com técnicas de mixagem — não existe um áudio com oito dimensões. Mas essa ideia de som que envolve a gente por completo está cada vez mais presente com uma tecnologia real: o áudio 3D.

O que é?

O áudio 3D, também chamado de áudio espacial, é uma tecnologia que faz o som parecer que está vindo de todos os lados — não só da esquerda e da direita, como no estéreo tradicional. Com ele, você pode ter a sensação de que a voz do cantor vem da frente, a bateria de cima, o teclado de trás, como se estivesse no meio da música. Isso acontece porque o som é distribuído em um espaço tridimensional, o que cria profundidade, altura e movimento.

Essa tecnologia funciona de alguns jeitos, dependendo da empresa ou da tecnologia usada. A forma mais comum é com fones de ouvido, usando uma técnica chamada binaural, que faz o som parecer que vem de vários pontos ao seu redor. Já a Dolby tem sua própria tecnologia, chamada Dolby Atmos que leva o áudio espacial para outro nível, incluindo sons que parecem vir de cima ou de trás, por exemplo. Com isso, cada som pode ser tratado como um “objeto” no espaço — como se estivesse flutuando em volta de você. Essa tecnologia também se adapta a vários tipos de aparelho, desde fones simples até sistemas 5.1.4 (com canais de teto).

A Sony também entrou no jogo com a sua própria tecnologia: o 360 Reality Audio. A ideia é parecida — o som parece te envolver por completo —, mas com foco total em música. Nessa versão, os instrumentos e vozes são distribuídos em um espaço esférico ao redor do ouvinte, como se você estivesse no meio da banda. E assim como o Dolby Atmos, funciona bem em qualquer tipo de aparelho, desde fones simples até caixas de som mais potentes.

Em resumo, o áudio 3D usa processamento avançado para recriar as pistas de localização que nosso cérebro percebe naturalmente (diferenças de tempo e nível, reflexões no corpo, reverberações, etc.); e o resultado é um ambiente sonoro mais rico e realista.

A história

O áudio 3D é uma tecnologia recente, que surgiu no século XXI. Mas, no passado, já existiam sistemas parecidos ou que ao menos beberam da mesma fonte que o áudio espacial, como é o caso do som quadrafônico e o surround 5.1, usados no cinema nos anos 1970 e 80. Esses formatos, porém, dependiam de equipamentos especiais e eram limitados a salas de cinema.

Mas tudo mudou em 2012, quando o Dolby Atmos estreou nas telonas com o filme Brave, trazendo uma novidade: o som passou a ser mixado como objetos que podiam vir de qualquer direção, incluindo alto-falantes no teto. Isso fez o áudio espacial ganhar mais força, mas ainda ficava limitado às salas de cinema. Só em 2019 a tecnologia começou a chegar à música, quando a Sony lançou o 360 Reality Audio. No mesmo ano, cerca de mil músicas em áudio espacial passaram a estar disponíveis em serviços como Amazon Music e Deezer.

A Dolby respondeu a altura e, em junho de 2021, fechou uma parceria com a Apple para levar sua tecnologia à plataforma de músicas da empresa. Os assinantes passaram a ter acesso gratuito a faixas em Spatial Audio com Dolby Atmos e a mais de 75 milhões de músicas em qualidade lossless. Depois, a tecnologia da Dolby também chegou a outras plataformas, como o Tidal.

Hoje, a Apple anunciou que 90% dos seus usuários já utilizaram a tecnologia Dolby Atmos, que funciona em qualquer fone Bluetooth da Apple, junto de smartphones recentes da marca que reproduzem a tecnologia automaticamente. Além disso, TVs, soundbars (como Sonos Arc e Beam Gen2), receivers e até carros, como os da Mercedes-Benz, já são já são compatíveis com o Dolby Atmos.

Adoção nas Plataformas

Como dito anteriormente, várias plataformas adotaram o áudio 3D, como o Apple Music, que oferece essa tecnologia para todos os assinantes. Milhares de músicas de diferentes estilos já estão disponíveis em Dolby Atmos, e novos lançamentos são mixados pensando no formato. A Apple também fechou parcerias com grandes gravadoras — como Universal e Warner — e com provedores, para ampliar os estúdios que gravam em Dolby Atmos, que planejam dobrar o número de estúdios capazes de gravar com a empresa e oferecer treinamentos para produtores.

A Amazon Music também inclui faixas em Dolby Atmos e Sony 360 Reality Audio sem custo adicional. A cantora Alicia Keys, por exemplo, reimaginou todo o seu catálogo nesse formato, com foco nos novos detalhes em suas músicas clássicas. Steve Boom, vice-presidente da empresa, afirma que a Amazon “acredita que áudio de alta qualidade deve ser o padrão” e liberou o Spatial Audio para todos, sem precisar mudar de plano.

As grandes gravadoras também entraram nessa revolução na música, trabalhando com estúdios e serviços para aumentar os lançamentos em áudio 3D. Equipamentos de gravação e programas, como o Logic Pro da Apple com plugins Dolby Atmos, tornam mais fácil criar esses mixes.

Tudo indica que esse pode ser o futuro da música. Cada vez mais empresas adotam esse formato, que traz uma forma nova de ouvir música: imersiva e clara. Com o tempo, a tecnologia fica mais fácil de usar, não só para quem escuta, que agora pode aproveitar o áudio 3D em vários serviços de streaming, mas também para quem produz. Novas técnicas de mixagem, softwares e ferramentas de masterização estão mais acessíveis e prometem revolucionar a forma como curtimos música.

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