Coca-Cola de açúcar de cana supera produção americana e impulsiona Brasil

A Coca-Cola anunciou que começará a utilizar açúcar de cana em suas bebidas nos Estados Unidos, uma decisão que surge em meio a um contexto de apoio do presidente Donald Trump aos produtores locais. O novo produto será lançado neste outono e representa uma mudança significativa em relação ao xarope de milho com alto teor de frutose, que é amplamente utilizado atualmente.

A mudança pode gerar uma demanda adicional de 1,5 milhão de toneladas de açúcar por ano, segundo estimativas da Datagro Consultoria. Embora a Coca-Cola busque fornecedores de açúcar de cana nos EUA, a produção local é limitada, com apenas 30% do suprimento total de açúcar proveniente de cana. O restante é obtido por meio de importações e da beterraba cultivada no país.

A nova fórmula pode resultar em um aumento nos preços do açúcar, que já é 40% mais caro que o xarope de milho. A dependência de açúcar importado, especialmente do México e do Brasil, pode complicar a logística e impactar os preços finais das bebidas. As tarifas elevadas sobre importações também podem elevar os custos, especialmente com a iminente sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.

Impacto no Mercado

O CEO da Coca-Cola, James Quincey, afirmou que a empresa está trabalhando com fornecedores para garantir a oferta necessária. A mudança ocorre em um momento em que a demanda por produtos com menos açúcar está crescendo, em resposta a preocupações de saúde pública. A Coca-Cola já utiliza açúcar de cana em outros produtos, como limonadas e chás.

A decisão da Coca-Cola pode influenciar outras empresas do setor. O CEO da PepsiCo, Ramon Laguarta, indicou que a companhia também está atenta às preferências dos consumidores em relação a ingredientes naturais. A nova bebida pode ser uma oportunidade para os produtores de açúcar da Flórida e Louisiana, que enfrentam desafios devido à baixa demanda.

As ações da Coca-Cola caíram até 2% após o anúncio, enquanto a PepsiCo viu um aumento de 3,3% em suas ações. A mudança na fórmula pode transformar o cenário do mercado de açúcar nos EUA, aumentando a pressão sobre os suprimentos e os preços, em um momento de incertezas econômicas.