Empresas americanas demonstram resiliência frente a tarifas, afirma gestor do BNP Paribas

As empresas dos Estados Unidos demonstram resiliência frente à guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump, segundo Christian Fay, portfolio manager do BNP Paribas. Em entrevista à Bloomberg Línea, Fay destacou que o impacto das tarifas sobre as ações é mínimo, com investidores mais otimistas em relação ao mercado americano.

O conceito de "excepcionalismo americano", que justifica a predominância dos mercados dos EUA, tem sido questionado, mas Fay acredita que ainda se aplica. Apesar da queda de 10,5% do dólar em 2023, os índices S&P 500 e Nasdaq alcançam máximas históricas. Fay atribui essa força a três fatores: a recente aprovação da lei tributária de Trump, a expectativa de cortes nas taxas de juros e a resiliência das empresas diante da inflação.

Setor de Tecnologia em Alta

O setor de tecnologia é o principal foco da BNP Paribas, representando cerca de 53% do fundo de growth. Fay não vê sinais de bolha, mesmo com os valuations elevados. Ele citou o caso da Nvidia, que quadruplicou seu valor em três anos, desafiando as expectativas de crescimento. A gestora mantém posições vendidas em empresas como a Apple, que, segundo Fay, não apresenta o mesmo potencial de crescimento.

Por outro lado, a Amazon se destaca como uma empresa híbrida, com margens excelentes, especialmente devido à AWS. A Meta também é uma aposta, investindo em inteligência artificial e aproveitando sua vasta base de dados. Fay enfatiza a busca por tendências disruptivas e empresas com fundamentos sólidos.

Oportunidades em Small Caps

Entre as small caps, Fay mencionou a fintech Toast, que oferece uma plataforma de gestão para restaurantes, e a healthtech iRhythm, especializada em diagnósticos cardíacos remotos. Para a inclusão no portfólio, as empresas devem apresentar fluxos de caixa resilientes e um bom balanço patrimonial, alinhando-se à filosofia da gestora.