29 de jul 2025
Tarifas dos EUA impedem crescimento de novo polo de laranja no Nordeste brasileiro
Tarifas de 50% dos EUA podem interromper a expansão da produção de laranjas no Nordeste, afetando diretamente os preços e o comércio.

Sergipe e Bahia foram responsáveis por cerca de 6% da produção brasileira na safra de 2023/24, de acordo com o IBGE. (Foto: Eva Marie Uzcategui/ Bloomberg)
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Os produtores de laranja do Brasil, maior produtor mundial, enfrentam um novo desafio em sua expansão no Nordeste. Após anos de luta contra a doença greening, que devastou 44% dos pomares no Sudeste, tarifas de 50% propostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçam a nova fronteira citrícola.
A doença greening, que causa a queda prematura dos frutos e leva à morte das laranjeiras, forçou os agricultores a buscar novas áreas de cultivo. No Nordeste, estados como Bahia e Sergipe se mostraram promissores, com condições climáticas que dificultam a sobrevivência do inseto vetor da doença. Fernando Franca, produtor de Sergipe, relata que suas vendas de laranjas para a indústria de suco no Sudeste dobraram de preço, com caminhões chegando diariamente em busca de frutas.
Impacto das Tarifas
Com a iminente tarifa dos EUA, a situação se complica. A partir de 1º de agosto, as tarifas podem prejudicar as exportações brasileiras, impactando diretamente a nova fronteira citrícola. Cléber Bacamal, outro produtor da região, já está expandindo suas plantações, prevendo que os preços das laranjas possam subir ainda mais. Atualmente, o Nordeste representa cerca de 6% da produção nacional, mas a incerteza econômica pode frear esse crescimento.
Os contratos futuros de laranja em Nova York, que atingiram recordes nos últimos anos, agora enfrentam um cenário instável. Com a produção no Sudeste em queda, os preços se mantêm altos, mas a nova tarifa pode mudar essa dinâmica. Os caminhões que antes lotavam as estradas em busca de laranjas estão recuando, e a expansão da produção no Nordeste se torna cada vez mais incerta.
Perspectivas Futuras
Os produtores estão adquirindo fazendas vizinhas e aumentando seus investimentos em áreas de cultivo. Novas mudas levam cerca de dois anos para começar a produzir, portanto, ainda levará algum tempo até que qualquer aumento na produção possa ser refletido nas estatísticas. O governo brasileiro não acompanha regularmente a produção no Nordeste, que ainda é pequena em comparação ao Sudeste.
À medida que a imposição das tarifas se aproxima, as perspectivas de expansão no Nordeste ficam mais nebulosas. Se forem aplicadas, as tarifas provavelmente interromperão o comércio global e os embarques do Brasil, afetando diretamente a nova fronteira citrícola.
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