Pequenos atos de corrupção se transformam em grandes escândalos no futuro

Recentemente, promotores de justiça, como Rodrigo Bolleli e Jairo Cruz, ressaltaram a importância de combater a corrupção desde a infância. Eles enfatizam que a família desempenha um papel crucial na formação de valores como a honestidade. Bolleli, coordenador da campanha “O que você tem a ver com a corrupção?”, iniciada em 2017, destaca que a percepção da população sobre corrupção é alarmante.

Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto Vox Populi revela que 30% dos brasileiros consideram pequenas transgressões, como dar dinheiro a um guarda para evitar multas ou falsificar documentos, como parte do cotidiano. Para muitos, apenas atos de corrupção em esferas governamentais são vistos como problemáticos.

Cruz, coordenador nacional da campanha contra corrupção, alerta que aceitar pequenas corrupções legitima a aceitação de grandes fraudes. Ele compara a atitude de uma criança que cola em provas à possibilidade de, no futuro, subornar alguém sem perceber que isso é corrupção.

O Papel da Família

A formação de valores éticos começa em casa. A família é onde se ensinam regras sociais e se molda o caráter. Crianças aprendem mais pelo exemplo dos adultos do que por palavras. Assim, é vital que os pais sejam modelos de honestidade.

Pequenos atos, como cruzar um semáforo vermelho ou ignorar uma caneta "achada", podem passar a mensagem errada. Pais que minimizam essas ações ensinam que a desonestidade é aceitável. Sergio e Magali Leoto, que trabalham com famílias, afirmam que a busca por um lar saudável deve incluir a promoção de valores éticos desde a infância.

Para construir uma sociedade menos corrupta, é essencial que os pais orientem seus filhos a serem honestos em todas as situações. A educação moral deve ser uma prioridade, começando com pequenos exemplos do dia a dia.