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08 de ago 2025

O papel do pai no desenvolvimento emocional dos filhos

No Dia dos Pais, uma reflexão sobre o impacto emocional de estar, ou não estar, presente desde o começo da vida dos filhos

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O Dia dos Pais acontece neste domingo (10) e mais do que uma data comercial, é um convite à reflexão sobre a importância da figura paterna na formação emocional dos filhos. Em um país onde mais de 11% dos recém-nascidos são registrados apenas com o nome da mãe, pensar em paternidade é também discutir afeto, vínculos e as marcas que essa presença (ou ausência) deixa para a vida inteira.

Paternidade ativa

O termo "paternidade ativa" ganhou força nos últimos anos e diz respeito ao pai que participa, cuida e educa com afeto e consistência. Ações aparentemente simples, como trocar fraldas, dar banho, ajudar nas tarefas da escola, quando feitas com frequência e envolvimento, contribuem para o desenvolvimento da autonomia, da empatia e da autoestima dos filhos.

Nem todo pai é presente. E nem toda presença é suficiente. Ser pai vai além da provisão material. Trata-se de estar disponível emocionalmente, compartilhar responsabilidades e cultivar vínculos que atravessam a infância e reverberam por toda a vida adulta.

Meninos e meninas que crescem com pais afetivos tendem a se sair melhor na escola, ter menos problemas emocionais e construir vínculos mais saudáveis na vida adulta.

Ausência paterna e suas marcas

Segundo dados dos cartórios de registro civil, entre janeiro e agosto de 2023, mais de 6 mil crianças nasceram sem o nome do pai nos documentos apenas no Maranhão. A ausência paterna pode provocar efeitos duradouros, como insegurança, agressividade, baixa autoestima e dificuldade de socialização.

Popularizado nas redes sociais, o termo daddy issues (literalmente, “problemas com o papai”) é usado para descrever as heranças emocionais deixadas por relações paternas difíceis ou ausentes. Embora não seja um diagnóstico oficial, o conceito ganhou força para nomear feridas psíquicas causadas pela ausência afetiva do pai ou por uma presença disfuncional, como autoritarismo, superproteção ou instabilidade.

Esses traumas costumam se manifestar na vida adulta como insegurança, busca constante por aprovação, medo de figuras de autoridade e dificuldades nos relacionamentos. Segundo a Teoria do Apego, vínculos instáveis na infância influenciam diretamente a forma como a pessoa lida com o mundo emocional.

Pais mais sensíveis, filhos mais seguros

A ciência também confirma que ser pai muda o homem. Um estudo da National Academy of Sciences, nos Estados Unidos, mostrou que homens que se tornam pais tendem a reduzir comportamentos agressivos e a se tornar mais empáticos. Na prática, isso significa que a paternidade ativa pode beneficiar não só os filhos, mas também os próprios pais.

A figura do pai contemporâneo se afasta daquela do provedor autoritário. Hoje, ele também é cuidador, parceiro, educador. Um pai que participa da gestação, comparece às consultas, segura a mão na hora da vacina e brinca no chão da sala. Um pai que ouve, orienta e está por inteiro.

Outras formas de ser pai

A paternidade também se reinventa. Casais homoafetivos, pais adotivos, pais trans, mães que assumem os dois papéis. Esse reconhecimento é essencial para ampliar o conceito de paternidade para além do padrão heteronormativo. O que importa é quem cuida, protege, educa e ama — todos os dias.

Ter um pai presente e emocionalmente disponível é fundamental não só para o desenvolvimento saudável na infância, mas também para evitar a repetição de padrões afetivos prejudiciais na vida adulta. Falar sobre paternidade ativa é, portanto, uma forma de quebrar ciclos e promover relações mais seguras e equilibradas.

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