21 de jul 2025
Cobrança de taxa para batismo gera revolta entre fiéis evangélicos
Igreja Batista da Lagoinha impõe taxa de R$ 80 para batismo, gerando críticas por elitização e violação de princípios evangélicos.

Foto: Reprodução
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A Igreja Batista da Lagoinha, unidade de Alphaville, em Barueri (SP), enfrenta forte reação após anunciar que o batismo de fiéis só será permitido mediante o pagamento de R$ 80, que inclui uma pulseira e uma camiseta. A medida, divulgada em grupos de WhatsApp, gerou indignação entre evangélicos e especialistas, que consideram a prática uma violação dos princípios do evangelho.
O teólogo Rodolfo Capler critica a cobrança, afirmando que ela distorce a essência do batismo, que deve ser um ato de fé e não um produto comercial. Para ele, "cobrar por algo que é sinal da graça de Deus é deturpar o evangelho". A comparação com a venda de indulgências na Idade Média foi mencionada, ressaltando que a prática rompe com a lógica da graça e transforma a fé em moeda.
Críticas à Teologia
O pastor Gilmey Meyreles, coordenador do projeto Viver Cariacica, também expressou preocupação com a elitização do evangelho. Ele destacou que, em comunidades vulneráveis, muitos não têm condições financeiras para arcar com essa cobrança. "Imagine ter que dizer a essas pessoas que, para serem batizadas, precisam pagar", afirmou.
Gilson de Oliveira, reitor da Faculdade Teológica FAITESP, reforçou que o batismo deve ser acessível a todos, sem distinção. Ele lembrou que a Bíblia não menciona taxas para a realização do sacramento, enfatizando que "cobrar para que alguém seja batizado fere os princípios do evangelho".
Exclusão Social
Especialistas alertam para os riscos de exclusão social que essa prática pode causar. Ao impor barreiras financeiras, a igreja pode deixar de acolher novos membros, criando uma seleção de quem pode ou não participar da vida comunitária. O pastor Rodrigo Vieira, da Igreja Batista da Paz, destacou que essa lógica de cobrança representa um risco de transformar o sagrado em mercadoria.
A Igreja Batista da Lagoinha foi contatada para comentar a situação, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.
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