01 de ago 2025
EUA enviam representante a Gaza para inspecionar ajuda humanitária em crise crescente
Visita de enviado dos EUA revela ineficácia da ajuda em Gaza, onde a fome e a desnutrição aumentam a cada dia.
Palestinos lamentam ao redor do corpo de um homem morto enquanto tentava alcançar caminhões de ajuda que entravam no norte da Gaza através da passagem de Zikim com Israel, no Hospital Shifa, na Cidade de Gaza, quinta-feira, 31 de julho de 2025. (Foto: AP Photo/Jehad Alshrafi)
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O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, visitou a Faixa de Gaza nesta sexta-feira, 1º de agosto, em meio a uma grave crise humanitária. A visita ocorreu enquanto a população enfrenta fome generalizada e conflitos violentos nas áreas de distribuição de ajuda.
Witkoff, acompanhado pelo embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, inspecionou centros de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza (GHF) em Rafah. A GHF, que substituiu a UNRWA na entrega de suprimentos, tem sido criticada por sua ineficácia e por operar em um contexto de crescente desespero. Desde o início das operações da fundação, mais de 1.370 palestinos foram mortos, segundo dados da ONU, enquanto tentavam acessar alimentos.
A situação se agravou com relatos de mortes por desnutrição, incluindo 33 vítimas em apenas 48 horas. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou que um plano para aumentar a entrega de alimentos será elaborado, com o objetivo de "salvar vidas e acabar com a crise". A GHF, no entanto, enfrenta desafios significativos, operando apenas em três locais de distribuição, enquanto a UNRWA mantinha mais de 400.
Críticas e Desafios
Organizações internacionais, como a Human Rights Watch, criticaram a abordagem militarizada da distribuição de ajuda, descrevendo-a como um "sistema falho" que resultou em "banhos de sangue". A GHF, por sua vez, afirma que seus contratados armados utilizam apenas medidas de controle, como gás de pimenta e tiros de advertência, para evitar tumultos.
A ONU alertou que Gaza está à beira da fome, com 93% da população em estado de vulnerabilidade alimentar. Apesar do aumento na entrada de ajuda, a quantidade ainda é insuficiente para atender às necessidades da população. A situação se torna ainda mais crítica com o bloqueio militar que dificulta a entrega segura de suprimentos.
Reações Internacionais
A visita de Witkoff foi recebida com ceticismo por líderes do Hamas, que a consideraram uma "maniobra de propaganda". Enquanto isso, a comunidade internacional continua a pressionar por soluções efetivas para a crise humanitária. O presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu a gravidade da situação, afirmando que as imagens de crianças famintas são preocupantes e que Israel tem "muita responsabilidade" pela crise.
Com mais de 60.200 mortos desde o início do conflito em outubro de 2023, a situação em Gaza exige uma resposta urgente e coordenada da comunidade internacional.
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