06 de ago 2025
Igreja Anglicana da Nigéria se separa da de Gales por nomeação de arcebispa lésbica
Arcebispo da Nigéria rompe laços com a Igreja do País de Gales após eleição de líder lésbica, intensificando divisões na Comunhão Anglicana

Foto: Reprodução
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O Arcebispo da Nigéria, Henry Ndukuba, criticou a eleição de Cherry Vann como Arcebispa do País de Gales, chamando-a de "ato de apostasia". A eleição, ocorrida no final de julho, marca um avanço significativo para a comunidade LGBTI e para a presença feminina na Igreja Anglicana, mas também acirrou as divisões internas da denominação.
Durante uma conferência em Abuja, Ndukuba afirmou que a escolha de uma mulher lésbica contradiz os ensinamentos bíblicos. Cherry Vann, que está em uma união civil com Wendy Diamond desde 2015, foi eleita com o apoio de dois terços do Colégio Eleitoral. O arcebispo nigeriano rejeitou a decisão da Igreja do País de Gales e anunciou o rompimento de laços com a instituição.
Divisões Internas
Ndukuba expressou apoio aos anglicanos conservadores por meio da Conferência Global do Futuro Anglicano (GAFCON), que reúne líderes conservadores a cada cinco anos. A eleição de Vann foi criticada por diversos líderes anglicanos, que consideraram a decisão um retrocesso para a ortodoxia da Igreja. O Reverendíssimo Dr. Laurent Mbanda, presidente do Conselho de Primazes da GAFCON, descreveu a eleição como um "fracasso na liderança".
Além disso, o Reverendíssimo Dr. Justin Badi Arama, Primaz do Sudão do Sul, lamentou a continuidade da rejeição ao ensino bíblico sobre casamento e sexualidade. Ele destacou que a divisão na Comunhão Anglicana se intensificou desde a eleição do bispo Gene Robinson, em 2003, e que ações como a de Gales dificultam a reconciliação.
Reações e Consequências
A nomeação de Vann gerou reações de tristeza entre líderes anglicanos, como o Arcebispo de Alexandria, Samy Fawzy, que afirmou que a decisão é uma rejeição pública do ensinamento bíblico. Ele ressaltou que a unidade na Igreja não pode existir sem a verdade, e que a situação atual torna desafiadora a busca por soluções duradouras para as divisões existentes.
As tensões em torno da sexualidade e do gênero dentro da Igreja Anglicana refletem um cenário mais amplo, onde setores conservadores têm ganhado força, especialmente na África, onde mais de 30 países ainda criminalizam relações entre pessoas do mesmo sexo. A eleição de Cherry Vann, portanto, não é apenas um marco para a inclusão, mas também um ponto de inflexão nas discussões sobre a direção futura da Comunhão Anglicana.
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