Aumento na receita da LFU pode dificultar acordo entre Flamengo e Corinthians

A ampliação do contrato da Liga Forte União (LFU) com a TV Record e a Cazé TV, que eleva a receita dos clubes para R$ 2,2 bilhões anuais entre 2025 e 2029, pode dificultar a aproximação entre Flamengo e Corinthians. Os dois clubes estavam em conversas para um acordo de venda conjunta dos direitos de transmissão do Brasileirão a partir de 2030, após não assinarem uma carta de intenção para a formação de uma liga.

Atualmente, o Flamengo faz parte da Libra, mas a nova gestão, liderada por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, expressou insatisfação com o contrato vigente. O clube carioca se aproximou do Corinthians, que também não aderiu à proposta de liga, buscando alternativas para melhorar seus contratos de transmissão. O Corinthians, por sua vez, é o maior beneficiário do novo acordo da LFU, prevendo receber R$ 250 milhões em 2025 e R$ 300 milhões em 2029.

Desafios na Negociação

Os contratos já firmados com o Grupo Globo e Amazon Prime Video garantem receitas até 2029. O Flamengo, que recebeu R$ 292 milhões em 2024, projeta um ganho inferior a R$ 200 milhões em 2025, o que gerou descontentamento. A diretoria busca um reajuste com a Libra, mas as projeções ainda são inferiores ao que o Corinthians deve receber.

A união entre Flamengo e Corinthians é atrativa devido ao tamanho de suas torcidas, mas enfrenta obstáculos legais, como a lei do mandante, que limita a negociação conjunta. Um acordo entre apenas os dois clubes incluiria apenas 38 dos 380 jogos do campeonato. Dirigentes avaliam que, para avançar, será necessário incluir outras equipes na negociação, visando um impacto maior no mercado.

A força-tarefa da LFU busca demonstrar que o Corinthians é o clube que mais lucra atualmente entre os 20 da Série A, argumentando que uma negociação restrita não seria vantajosa. O cenário atual de direitos de transmissão e comerciais do futebol permanece incerto até 2030, o que torna a situação ainda mais complexa para os clubes.