O império rachado da Red Bull: saída de Horner agita futuro de Verstappen na F1
Após 20 anos no comando da Red Bull Racing, Christian Horner é demitido. Entenda como a crise interna da equipe pode acelerar a saída de Max Verstappen e mudar o equilíbrio de forças na Fórmula 1.

Carro de Max Verstappen na F1, da Red Bull Racing. (Imagem: Creative Commons)
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A Red Bull Racing anunciou nesta quarta-feira (9) a demissão imediata de Christian Horner, encerrando uma era de duas décadas marcada por títulos, hegemonia técnica e decisões polêmicas. Mais do que uma simples troca de comando, a queda de Horner é um capítulo decisivo na crise que assombra a escuderia austríaca desde a morte de Dietrich Mateschitz, fundador da Red Bull GmbH, em 2022.
Horner foi o arquiteto da transformação da ex-equipe Jaguar em uma potência da F1. Sob sua liderança, a Red Bull somou quatro títulos com Sebastian Vettel e outros quatro com Max Verstappen. Mas nos bastidores, o império mostrava rachaduras.
A perda de peças-chave e a instabilidade nos boxes
Desde 2023, a Red Bull viu sair nomes essenciais do time técnico: Rob Marshall para a McLaren, Adrian Newey para a Aston Martin e Jonathan Wheatley para a Audi. Até o chefe de mecânicos de Verstappen, Lee Stevenson, deixou o time. Tudo isso enfraqueceu a coesão do time em Milton Keynes.
Para completar, Horner foi alvo de uma investigação de conduta em 2024 — encerrada sem punição — mas que abalou sua imagem e a relação com figuras como Jos Verstappen, pai de Max. O desgaste interno se intensificou, e a divisão entre os braços austríaco e tailandês da Red Bull acelerou sua queda.
A Red Bull perde terreno na pista
Depois de dominar a F1, a equipe tem sofrido na temporada 2025. Com um carro abaixo das expectativas, perdeu a liderança para a McLaren e está em quarto lugar no campeonato. Verstappen, com 165 pontos, é o único destaque, enquanto seus companheiros somam apenas sete.
Essa “Verstappen-dependência” virou dor de cabeça para a Red Bull — e motivo de tensão. O holandês, tetracampeão, é peça-chave para o time, mas rumores indicam que cláusulas de saída de seu contrato (válido até 2028) podem ser ativadas.
Toto Wolff, Mercedes e os sussurros de uma mudança
Os rumores sobre uma possível mudança para a Mercedes ganharam força nas últimas semanas. Verstappen estaria em conversas com Toto Wolff, CEO da rival, enquanto considera os riscos da permanência na Red Bull em meio à instabilidade.
Seu empresário, Raymond Vermeulen, confirmou que foi informado da saída de Horner antecipadamente, o que indica alguma tentativa da equipe de manter Max no time. “Continuamos focados no lado esportivo”, disse.
O que vem a seguir para Max Verstappen?
Há duas teorias principais. A primeira é que a demissão de Horner foi uma jogada para agradar Verstappen e evitar sua saída iminente. A segunda, mais drástica, aponta que o holandês já está com um pé fora da equipe — e a queda de Horner seria apenas o resultado final de sua insatisfação.
Verstappen já afirmou que pretende esperar 2026, quando entra em vigor o novo regulamento de motores, para decidir seus próximos passos. Mas o cenário muda rápido na F1, e o que parecia improvável semanas atrás agora parece iminente.
Uma crise anunciada: entenda a cronologia da queda
- 2018: Ricciardo deixa a equipe, insatisfeito com a preferência dada a Verstappen.
- 2019-2020: Gasly e Albon fracassam como segundos pilotos.
- 2021-2023: Pérez chega e ajuda no 1º título de Max, mas passa a ser escudeiro ineficaz.
- 2024: Red Bull perde o título de construtores. Adrian Newey e outros saem.
- 2025: Verstappen se isola como único pilar competitivo. A pressão explode após GP da Inglaterra. Horner é demitido.
Resta saber se a Red Bull conseguirá reverter o colapso técnico e político a tempo de manter Verstappen e recuperar seu lugar de destaque. Ou se a saída de Christian Horner será lembrada como o fim oficial da era de ouro da equipe austríaca — uma que, como Roma, caiu em ruínas pela própria grandeza.
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