Botafogo encerra negociação com Vasco Matos e busca novo técnico após 12 entrevistas

A busca do Botafogo por um novo técnico ganhou um novo desdobramento com a desistência de Vasco Matos, que decidiu renovar seu contrato com o Santa Clara, de Portugal. A negociação estava avançada, mas o treinador alegou insegurança em relação às condições de trabalho no clube carioca. O Botafogo, que atualmente conta com Cláudio Caçapa como interino, já conversou com doze treinadores desde a saída de Artur Jorge, em janeiro. Tite e Roberto Mancini são algumas das opções ainda em consideração, mas o alto salário de Mancini, de 500 mil euros mensais (aproximadamente R$ 2,98 milhões), dificultou as tratativas.

O processo de escolha do novo técnico se mostrou moroso, resultando em 47 dias sem um comandante fixo. Durante esse período, a equipe perdeu a Supercopa do Brasil para o Flamengo e corre o risco de não avançar para as semifinais do Campeonato Carioca. A decisão de Vasco Matos de permanecer no Santa Clara foi influenciada por uma nova proposta salarial e pela falta de licenças adequadas para atuar na América do Sul, o que gerou descontentamento no Botafogo. A diretoria do clube carioca alegou que houve falta de transparência por parte do treinador em relação às suas credenciais.

A questão das licenças foi um ponto crucial na negociação. Vasco Matos não possuía a licença Pro da UEFA, necessária para comandar o Botafogo em competições como a Conmebol Libertadores. O clube tentou buscar uma solução, mas a falta de garantias e a burocracia acabaram por inviabilizar o acerto. O Botafogo, que já havia se preparado para a contratação, agora retorna ao mercado em busca de um novo nome para o cargo.

Com a renovação de Vasco Matos, o Botafogo se vê novamente em uma situação delicada. Cláudio Caçapa, que possui a licença Pro, será o responsável pelo time na Recopa Sul-Americana contra o Racing, enquanto a diretoria continua a busca por um novo treinador. A situação financeira do clube também é um fator a ser considerado, já que o Santa Clara exigiu o pagamento à vista da multa rescisória de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,9 milhões), o que complicou ainda mais as negociações.