25 de fev 2025
Investimento recorde em transferências de clubes brasileiros acende alerta de bolha financeira
Em 2024, clubes brasileiros gastaram 353 milhões de dólares em transferências, superando Portugal. Especialistas alertam para a insustentabilidade desse crescimento, com risco de bolha financeira. A nova lei das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) impulsionou gastos, mas não receitas. Apenas Flamengo e Palmeiras têm relação saudável entre faturamento e dívida no cenário atual. Consultores preveem aumento de dívidas e problemas financeiros no futebol brasileiro até 2027.
Foto:Reprodução
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Os clubes brasileiros se destacaram em 2024 no mercado de transferências internacionais, gastando 353 milhões de dólares (R$ 2 bilhões). Essa quantia colocou o Brasil na sétima posição entre os países que mais investiram em contratações, superando Portugal. No entanto, essa ascensão gerou preocupações, pois o valor total das transferências globais caiu de 9,6 bilhões de dólares em 2023 para 8,6 bilhões em 2024, evidenciando uma tendência de desaceleração no mercado internacional.
O investimento brasileiro em contratações cresceu 141,4% em relação ao ano anterior, quando foram gastos 146,2 milhões de dólares. Enquanto isso, três dos seis mercados que superaram o Brasil, como Inglaterra e Alemanha, reduziram seus gastos. Apenas Espanha e Itália tiveram aumentos, mas inferiores ao do Brasil, com 61,4% e 19,2%, respectivamente. A entrada de patrocinadores de apostas no futebol nacional ajudou a aumentar as receitas, mas não foi suficiente para sustentar um crescimento saudável, com apenas Flamengo e Palmeiras apresentando uma relação favorável entre faturamento e dívida.
A criação das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) trouxe incertezas sobre a sustentabilidade dos investimentos. Desde 2022, treze das vinte maiores compras do futebol brasileiro ocorreram, com Botafogo e Cruzeiro liderando os gastos em 2024. Especialistas alertam para uma possível bolha no futebol brasileiro, semelhante ao que ocorreu na Europa no início dos anos 2000, quando a falta de controle financeiro levou a crises. A falta de um mecanismo de controle financeiro no Brasil, somada à divisão dos clubes em ligas, pode resultar em um aumento das dívidas, com consequências negativas para o futuro do esporte no país.
Os consultores destacam que a pressão para contratações de grandes nomes está levando clubes a assumir riscos financeiros, mesmo sem a capacidade de honrar dívidas. Cesar Grafietti, da consultoria Convocados, enfatiza que a estrutura do futebol brasileiro está reagindo a essas pressões, o que pode resultar em um cenário insustentável. A falta de iniciativa da CBF para implementar um controle financeiro pode agravar a situação, levando a um problema de endividamento que pode se intensificar entre 2025 e 2027.
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