08 de abr 2025
Arbitragem no Brasil: amadorismo persiste enquanto profissionais do futebol lucram milhões
Arbitragem no Brasil enfrenta crise de amadorismo, mesmo com aumento salarial e afastamento de juízes. Profissionalização é urgente.
Árbitros da Série A do Campeonato Brasileiro iniciarão treinamento no Rio na próxima semana (Foto: Thais Magalhães/CBF)
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A arbitragem no futebol brasileiro continua a enfrentar críticas, especialmente com o início do Campeonato Brasileiro de 2025. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) afastou juízes de duas partidas e anunciou um curso de capacitação no Rio de Janeiro, parte de um projeto de profissionalização que inclui a criação de um comitê com sete pessoas e consultores internacionais. Apesar dessas iniciativas, a realidade dos árbitros ainda é marcada pelo amadorismo.
Os árbitros da Série A recebem R$ 7.280 por jogo se forem credenciados pela FIFA, ou R$ 5.250 se apenas pela CBF. Em 2025, houve um aumento de 5% nos salários, que apenas compensou a inflação. Além disso, os árbitros recebem diárias que variam entre R$ 160 e R$ 990, dependendo do deslocamento. Essa situação se agrava nas divisões inferiores, onde os árbitros enfrentam condições ainda mais difíceis.
Em comparação, um árbitro da La Liga, na Espanha, ganha R$ 925 mil por ano, além de R$ 31 mil por partida. Em outras ligas como a inglesa, italiana e alemã, os árbitros são bem remunerados e têm vínculos empregatícios. No Brasil, os árbitros, além de enfrentar hostilidade nos estádios, precisam buscar outras fontes de renda para sua sobrevivência e preparação, enquanto atletas e dirigentes recebem salários elevados.
A situação se torna ainda mais crítica quando se observa que os uniformes dos árbitros são utilizados para publicidade, mas eles não recebem nada por isso. As federações lucram com marcas de academias e casas de apostas, enquanto os árbitros continuam a ser os "últimos amadores" em um espetáculo que movimenta bilhões. A necessidade de profissionalização é urgente, mas o Projeto de Lei 846, que visa regulamentar a profissão, ainda não avançou no Congresso.
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