Inteligência artificial transforma a busca por talentos no futebol brasileiro

A Inteligência Artificial (IA) está transformando a forma como talentos no futebol são avaliados, substituindo o tradicional papel dos olheiros. Plataformas como CUJU e aiScout oferecem testes virtuais e análises de desempenho, democratizando o acesso a peneiras.

Historicamente, olheiros eram essenciais na descoberta de jovens promissores, utilizando observação e anotações. No entanto, a tecnologia está mudando esse cenário. O programa CUJU, da empresa alemã Rogon, permite que jovens se cadastrem, realizem exercícios físicos por vídeo e sejam avaliados por IA, que atribui pontuações com base na performance. Os melhores são indicados a clubes parceiros.

Roger Wittmann, CEO da Rogon, afirma que a proposta é democratizar as peneiras, permitindo que atletas sejam avaliados virtualmente antes de testes presenciais. Em Santa Catarina, o CUJU promove “A Jornada”, que culminará em testes no estádio do Barra FC, com a participação de Júlio César, goleiro com três Copas do Mundo.

Outras plataformas, como Footbao, também utilizam IA para avaliar jovens atletas, combinando análise humana e tecnologia. Na Europa, a aiScout permite que jogadores amadores participem de testes virtuais para clubes profissionais, como Chelsea e Burnley.

Mudança de Papel dos Olheiros

Clubes tradicionais, como o Sevilla, estão adotando soluções baseadas em IA. O Scout Advisor, desenvolvido em parceria com a IBM, combina dados quantitativos e qualitativos para identificar talentos com maior precisão. Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, destaca que a tecnologia não substituirá os olheiros, mas mudará a forma como as avaliações são feitas.

Rafael Luz, da Keeggo, ressalta que a IA pode qualificar o processo de avaliação e melhorar a experiência dos jovens atletas, proporcionando clareza sobre seu desempenho e oportunidades de aprimoramento. A tecnologia pode se tornar uma aliada dos olheiros, ajudando a filtrar talentos com base em métricas objetivas.

O futebol de base está se movendo para uma nova era, menos dependente do "olho clínico" e mais voltada para dados e ciência. Para os jovens sonhadores, o sonho de se tornar jogador profissional está mais acessível, desde que apresentem bom desempenho nas avaliações.