Quase metade dos torcedores apoia as SAFs, com maior rejeição no Flamengo

Quase metade dos torcedores brasileiros apoia a transformação de seus clubes em Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), segundo pesquisa do instituto AtlasIntel. Realizada entre 20 e 25 de junho, a pesquisa ouviu 2.069 pessoas e revelou que 45,1% dos entrevistados são favoráveis ao modelo, enquanto 33,2% se opõem e 21,7% não souberam responder.

Os torcedores do Cruzeiro e do Fluminense se destacam como os mais favoráveis, com 83,4% e 82,2% de apoio, respectivamente. O Fluminense já está em processo para se tornar SAF. Em contrapartida, torcedores do Flamengo e do Palmeiras mostram forte resistência ao modelo, com apenas 10,7% dos rubro-negros a favor e 64,3% contra. Entre os palmeirenses, 25,1% apoiam a transformação, enquanto 48,7% se opõem.

Desempenho e Percepções

A pesquisa também destacou que a SAF do Botafogo é considerada a mais bem-sucedida, com 33% dos entrevistados a apontando como tal. Em comparação, as SAFs do Bahia e do Cruzeiro foram citadas por 9,8% e 5,3%, respectivamente. O Vasco, que enfrenta problemas judiciais, teve apenas 1,1% de menções.

Marcelo Rotenberg, diretor de políticas públicas do AtlasIntel, observou que, ao desconsiderar os indecisos, mais de 50% dos torcedores se mostram a favor das SAFs. Ele atribui esse apoio ao desempenho vitorioso do Botafogo, que influencia a percepção dos torcedores.

Vantagens e Desvantagens

Entre as vantagens apontadas, melhorias na governança e recursos para contratações foram as mais citadas. Por outro lado, 31,2% dos entrevistados mencionaram a perda da identidade como a principal desvantagem, seguida por 11,1% que temem a perda de controle por parte dos sócios e torcedores. Isso indica uma preocupação com as raízes dos clubes, mesmo diante de desafios financeiros.

A pesquisa foi realizada em 619 municípios e apresenta uma margem de erro de 2%. Os dados refletem a opinião de torcedores de 17 dos 20 clubes da Série A, excluindo RB Bragantino, Mirassol e Juventude. O método utilizado, conhecido como Recrutamento Digital Randômico, busca garantir representatividade e evitar vieses nas respostas.