Tragédia de Heysel completa 40 anos e transforma o futebol inglês e mundial

A Tragédia de Heysel, ocorrida em 29 de maio de 1985, resultou na morte de 39 pessoas e ferimentos em mais de 600. O evento, que marcou uma das finais mais trágicas da Taça dos Campeões Europeus, expôs a violência do hooliganismo no futebol inglês. A UEFA baniu os clubes ingleses de competições europeias, e a tragédia impulsionou reformas significativas no futebol.

A final, disputada no Estádio de Heysel, em Bruxelas, foi marcada por confrontos entre torcedores do Liverpool e da Juventus. A violência já era esperada, dado o histórico de hooliganismo dos torcedores ingleses. O estádio, em condições precárias, não ofereceu segurança adequada, resultando em uma invasão da torcida do Liverpool ao setor destinado aos italianos.

Após a tragédia, o governo britânico implementou mudanças. A UEFA suspendeu os clubes ingleses de competições internacionais até 1990. O desastre de Hillsborough, em 1989, onde noventa e cinco torcedores do Liverpool morreram, reforçou a necessidade de reformas. O "Relatório Taylor" de 1990 exigiu que todos os estádios da Inglaterra fossem totalmente sentados, eliminando áreas de pé.

Essas tragédias levaram à criação da Premier League em 1992, transformando o futebol inglês em um modelo de sucesso. A liga se tornou uma referência global, inspirando outras competições e promovendo a elitização do esporte. Estádios modernos passaram a receber um público mais diversificado, embora o aumento dos preços dos ingressos tenha gerado preocupações sobre a acessibilidade.

Quarenta anos após Heysel, o futebol evoluiu, mas ainda enfrenta desafios relacionados à segurança e à cultura das torcidas. As lições aprendidas com essas tragédias continuam a moldar o cenário do futebol mundial.