Copa do Mundo de Clubes não marca nova era gloriosa para o futebol mundial

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, tem promovido a nova edição do Club World Cup como um divisor de águas no futebol mundial. Ele enfatiza que o torneio representa uma "nova era do futebol de clubes", com potencial para globalizar ainda mais o esporte. Recentemente, o Al Hilal fez história ao vencer o Manchester City por 4 a 3, tornando-se o primeiro time asiático a derrotar um europeu na competição.

Apesar do entusiasmo de Infantino, a competição não tem sido isenta de críticas. Muitos torcedores apontam a qualidade variável dos jogos e a presença de público abaixo do esperado. Embora algumas partidas tenham atraído grandes multidões, outras foram disputadas para estádios quase vazios. O jogo entre Al Hilal e Manchester City, no entanto, foi um destaque, com Infantino chamando-o de "um jogo para a história".

Críticas e Expectativas

Infantino tem utilizado suas redes sociais para exaltar o torneio, descrevendo-o como "incrível" e "épico". No entanto, a realidade tem mostrado um cenário misto, com partidas que variam em qualidade e algumas sendo interrompidas por condições climáticas adversas. A média de público em Atlanta, por exemplo, foi de apenas 38 mil pessoas, bem abaixo da capacidade do estádio.

Os preços dos ingressos também foram reduzidos, com entradas sendo vendidas por valores tão baixos quanto 11,15 dólares. Essa estratégia de preços dinâmicos reflete a dificuldade em atrair o público americano para um torneio que, segundo Infantino, deveria ser tão popular quanto um Super Bowl.

O Futuro do Futebol Global

A vitória do Al Hilal é um marco para o futebol asiático, mas não necessariamente altera o equilíbrio de poder entre os continentes. O investimento crescente na liga saudita, impulsionado por contratações de estrelas como Cristiano Ronaldo, tem elevado o nível do futebol na região. Contudo, a competição ainda enfrenta desafios para se firmar como um evento de prestígio global.

Infantino deseja que o Club World Cup leve a um futebol mais globalizado, mas a distribuição desigual de prêmios financeiros pode reforçar a elitização do esporte. A maior parte do prêmio de 1 bilhão de dólares será destinada aos clubes mais ricos, perpetuando a desigualdade que ele mesmo criticou.

A expansão do torneio para 48 equipes em 2029 está em discussão, mas muitos se perguntam se isso realmente beneficiará clubes de confederações menos favorecidas. A ausência de grandes clubes europeus nesta edição levanta questões sobre o verdadeiro impacto do torneio na dinâmica do futebol mundial.