Piratas digitais ameaçam a indústria de transmissões esportivas com crise financeira

Os líderes de duas das principais empresas de mídia esportiva do mundo alertaram sobre uma crise financeira iminente na indústria, caso a pirataria online não seja controlada. Durante o Business of Football Summit, Tom Burrows, da DAZN, destacou que a pirataria é um "problema enorme" para a plataforma de streaming, afetando todos os envolvidos no esporte profissional. Ele afirmou que a situação está se aproximando de uma crise para a indústria de direitos esportivos, onde a exclusividade dos contratos está sendo comprometida pela gravidade da pirataria.

A DAZN, que detém direitos de transmissão de ligas importantes como a Bundesliga e La Liga, está em disputa com a Ligue 1 sobre o valor de um contrato de cinco anos, com a pirataria sendo uma das principais queixas da plataforma. No Reino Unido, Nick Herm, da Sky, também reconheceu que combater a pirataria é uma "batalha sem fim", embora a situação não seja tão crítica quanto em outros mercados. Ele estimou que a pirataria pode estar custando "centenas de milhões de dólares" em receita perdida.

Herm apontou que o problema no Reino Unido não são apenas as transmissões ilegais, mas também dispositivos como os Fire Sticks modificados, que permitem acesso gratuito a canais premium. Ele mencionou que esses dispositivos representam cerca de 50% da pirataria no país, com usuários entregando seus dados a grupos criminosos, acreditando que a marca é legítima. A falta de engajamento da Amazon na questão também foi criticada.

Claire Enders, cofundadora da Enders Analysis, descreveu a pirataria como o "número um problema no esporte", com impactos significativos em diversos mercados, chegando a 90% na Índia. Ela elogiou a Premier League por suas ações rigorosas contra a pirataria, contrastando com a abordagem mais relaxada de ligas como a francesa e a italiana. Enders concluiu que todos os detentores de direitos deveriam ser mais vigilantes para combater a pirataria em níveis industriais.