EUA se destacam como líderes em soft power esportivo, enquanto Brasil brilha com o futebol

O esporte é reconhecido como um importante elemento de soft power, conceito que se refere à capacidade de um país de influenciar outros por meio de uma imagem positiva. Um estudo recente do SKEMA Publika, de uma universidade em Paris, revela que os Estados Unidos lideram o ranking global de soft power esportivo, superando 54 nações. Simon Chadwick, professor de Esportes e Geopolítica Econômica, destaca que o uso do esporte para conquistar corações e mentes está em ascensão, com eventos esportivos e conteúdo nas redes sociais desempenhando papéis cruciais.

Os EUA, embora não sejam uma potência no futebol, se destacam em diversas modalidades esportivas, como evidenciado nos Jogos Olímpicos. O país se prepara para sediar importantes eventos, como o Mundial de Clubes em 2025, a Copa do Mundo em 2026 e as Olimpíadas de Los Angeles em 2028. A Major League Soccer (MLS) também tem se expandido, atraindo estrelas como Lionel Messi e Luis Suárez. O ranking inclui países como China, Japão, Austrália e Brasil, com a China se destacando por seus altos investimentos em patrocínios e atletas.

O Brasil, embora não tenha um programa estruturado de soft power, já sediou eventos significativos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Em 2027, o país será anfitrião da Copa do Mundo Feminina. O estudo também ressalta a influência de jogadores como Vinicius Junior e Marta, que atuam como embaixadores da imagem nacional. O Catar, que sediou a Copa do Mundo de 2022, ocupa a 15ª posição, seguido pela Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que investem em clubes europeus para melhorar suas imagens.

José Francisco Manssur, sócio do escritório CSMV Advogados, observa que os investimentos do Oriente Médio em eventos esportivos visam aprimorar sua posição no cenário global. O Brasil, por sua vez, apresenta uma colocação mais espontânea, sem um esforço deliberado para promover sua imagem através do esporte. A pesquisa da SKEMA Publika, embora subjetiva, foi baseada em entrevistas com especialistas e critérios como a dimensão da indústria esportiva e a presença nas redes sociais.