Atletas do remo superam tragédia e conquistam título sul-americano em Assunção

Evaldo Becker e Piedro Tuchtenhagen, atletas de remo, decidiram não participar do Pré-Olímpico na Suíça em 2024 para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Eles se dedicaram ao resgate de pessoas ilhadas, o que os impediu de competir por uma vaga nos Jogos de Paris. Um ano depois, a dupla voltou a competir e conquistou o título sul-americano no double skiff peso leve em Assunção, Paraguai, marcando um novo início em suas carreiras.

Evaldo destacou que a vitória representa um recomeço após a tragédia das enchentes, que deixou marcas profundas. Ele afirmou: "Isso tudo serviu para nos fortalecer, não só como atletas, mas como pessoas também." A dupla planeja migrar para a categoria peso pesado, já que o peso leve não faz mais parte do programa olímpico. A média de peso do barco na nova categoria pode ultrapassar setenta quilos por atleta.

Além da mudança de categoria, os atletas terão que se adaptar à nova distância de mil quinhentos metros, que será adotada nas Olimpíadas de Los Angeles em 2028. Piedro explicou que essa alteração pode desfavorecer atletas que costumam ser mais rápidos nos últimos quinhentos metros, mas ambos acreditam ter tempo suficiente para se ajustar a essa nova realidade.

A iniciativa de ajudar durante as enchentes resultou na campanha “Além dos Aros”, que visa arrecadar fundos para a reconstrução da Federação de Remo do Rio Grande do Sul. Recentemente, o Grêmio Náutico União, antigo clube de Piedro, inaugurou um monumento em homenagem aos que ajudaram durante a tragédia, simbolizando a perseverança e resiliência da comunidade do remo.