Correr se torna um investimento: atletas buscam experiências e economizam em inscrições

O aumento das inscrições para corridas de rua em 2024 gerou discussões sobre custos e experiências oferecidas aos corredores. A Ticket Sports registrou 3.100 eventos, com 87,3% sendo corridas. Os preços das inscrições subiram levemente, refletindo a demanda crescente.

Douglas Colaço, de 43 anos, investiu R$ 2.800 em inscrições para 16 provas em 2024, com distâncias variando de 5k a 42k em várias cidades. Para 2025, ele planeja participar de apenas quatro corridas, priorizando as de maior quilometragem. Colaço destaca a importância de programar as compras, aproveitando pré-vendas e lotes iniciais para economizar.

João Traven, diretor da Spiridon e fundador da Maratona do Rio, explica que organizar uma corrida envolve custos complexos, como autorizações, taxas e estrutura. O preço médio das corridas sem patrocínio varia entre R$ 80 e R$ 100. Ele observa que corridas de marca tendem a ser mais caras devido a brindes e ativações.

Rafael da Cruz Oliveira, proprietário da assessoria TFF, aponta que a experiência do corredor é crucial. Ele relata que muitos eventos falham em oferecer o básico, resultando em reclamações sobre os preços. Oliveira enfatiza que a qualidade da experiência deve justificar os valores cobrados.

As corridas de trilha também têm se destacado, com eventos como a TUTAN, que oferece uma estrutura robusta e experiências familiares. Marcos Campos, organizador da TUTAN, menciona que o custo médio das provas caiu de R$ 570 para R$ 450 em 2025, após dobrar o número de participantes.

A Ticket Sports prevê um crescimento de 26% no número de eventos em 2025. O ticket médio das corridas no Rio de Janeiro subiu de R$ 92,35 em 2023 para R$ 94,95 em 2024. Em São Paulo, os valores foram de R$ 112,49 para R$ 130,43. A pesquisa da plataforma revela que a geração dos Baby Boomers é a que mais investe em corridas, enquanto a Geração Z participa menos.