Esportes

Federações esportivas adotam regras restritivas para atletas trans em competições

Mudanças nas regras de participação de atletas trans em competições esportivas geram polêmica e divisões entre federações internacionais.

Tifanny Abreu comemora título da Superliga feminina de vôlei pelo Osasco, no Ginásio do Ibirapuera (Foto: Rubens Cavallari - 1º.mai.2025/Folhapress)

Tifanny Abreu comemora título da Superliga feminina de vôlei pelo Osasco, no Ginásio do Ibirapuera (Foto: Rubens Cavallari - 1º.mai.2025/Folhapress)

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Nos últimos anos, as federações esportivas têm adotado regras distintas sobre a participação de mulheres trans em competições. O Comitê Olímpico Internacional (COI) alterou suas diretrizes desde 2004, permitindo a participação de atletas trans, mas com restrições que variam entre as entidades.

Recentemente, a World Triathlon inovou ao criar uma categoria aberta por faixa etária, permitindo a participação de todos os atletas. Em contrapartida, federações como a União Ciclista Internacional (UCI) e a World Athletics impuseram restrições, proibindo a participação de atletas que passaram pela puberdade masculina.

As regras mais rigorosas exigem que as mulheres trans tenham completado a transição de gênero antes da puberdade, geralmente aos 12 anos. Essa exigência contraria a recomendação da Associação Mundial Profissional para a Saúde Transgênero (WPATH), que sugere que a transição ocorra após os 14 anos. Além disso, as atletas devem manter níveis de testosterona abaixo de 2,5 nmol/L, compatíveis com a média das mulheres cis.

O COI, em sua diretriz de 2021, permitiu que cada federação definisse suas próprias normas. A World Aquatics foi a primeira a adotar novas regras, restringindo a participação de mulheres trans que não completaram a transição antes da puberdade. O caso da nadadora Lia Thomas, que se tornou a primeira trans a vencer uma prova da NCAA, gerou polêmica e levou a questionamentos jurídicos sobre a discriminação nas regras.

Em 2023, a World Athletics e a UCI seguiram a mesma linha, vetando atletas que passaram pela puberdade masculina. A UCI, após a vitória da ciclista Austin Killips, afirmou que a integridade da categoria feminina é primordial. A FIDE, entidade de xadrez, também decidiu vetar a participação de atletas trans, mesmo em uma modalidade onde as vantagens físicas são menos evidentes.

A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) adotou critérios mais flexíveis, permitindo a participação de mulheres trans com níveis de testosterona abaixo de 5 nmol/L. Em maio de 2025, a jogadora Tifanny Abreu se destacou como a primeira atleta trans campeã da Superliga feminina de vôlei. A nova categoria da World Triathlon, que entra em vigor em janeiro de 2025, exigirá que atletas trans participem de provas abertas por três anos e colaborem com pesquisas acadêmicas.

A maioria das federações ainda não possui políticas específicas para atletas trans, e a FIFA aguarda um caso que a obrigue a se posicionar. As regras continuam a evoluir, refletindo a complexidade do tema no esporte.

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