06 de mar 2025
Higienização excessiva pode ser prejudicial à saúde, alertam especialistas
Estudo de 2023 relaciona detergentes agressivos a problemas de saúde, como infertilidade. Uso excessivo de produtos químicos pode fortalecer bactérias resistentes a antibióticos. Abordagem equilibrada à higiene pode melhorar saúde em lares e escolas. Microbiota da pele é essencial; higiene excessiva pode eliminar microrganismos protetores. Obsessão por limpeza reflete controle social e pode gerar problemas psicológicos.
Majestic Lukas (Foto: Unsplash)
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A frequência com que nos dedicamos à higiene pessoal e à limpeza doméstica é frequentemente questionada, especialmente após a pandemia de Covid-19. Cientistas publicaram um artigo em 2023 no jornal Environmental Science & Technology, alertando que o uso excessivo de detergentes agressivos, como os que contêm amônia, pode estar associado a problemas de saúde, incluindo infertilidade e asma. A professora Erica Hartmann, da Northwestern University, destaca que esses produtos químicos, que visam proteger contra bactérias, podem, paradoxalmente, torná-las mais resistentes.
A obsessão pela limpeza pode confundir o sistema imunológico, levando a reações adversas, como alergias e doenças autoimunes. Médicos sugerem que a higiene excessiva pode eliminar microrganismos benéficos que protegem nosso corpo. Estudos indicam que banhos menos frequentes em crianças podem aumentar a resistência a alergias. James Hamblin, professor de Yale, argumenta que a pressão social em torno da higiene diária é mais uma questão de moda do que de saúde.
Historicamente, a relação entre humanos e micróbios evoluiu, com a higiene sendo promovida como uma forma de civilização. O livro Inflamed, de Rupa Marya e Raj Patel, menciona que a germofobia surgiu como uma resposta a essa nova abordagem. O psicoterapeuta Giorgio Nardone observa que a higienização, embora positiva, pode se transformar em uma fixação, refletindo um desejo de controle que é ilusório.
A busca por um ambiente completamente limpo pode levar a consequências negativas. A regra de ouro, segundo Nardone, é evitar excessos, uma lição que ecoa desde a Antiguidade. A reflexão sobre a higiene e a limpeza nos convida a reconsiderar nossas práticas e a entender melhor o equilíbrio necessário para a saúde.
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