07 de fev 2025
Casu marzu: o queijo mais perigoso do mundo e sua tradição milenar na Sardenha
Casu marzu, queijo tradicional da Sardenha, é considerado o mais perigoso do mundo. Apesar de banido desde mil novecentos e sessenta e dois, sardenhos continuam a consumi lo. União Europeia explora consumo de insetos, podendo mudar a legalidade do queijo. Casu marzu é protegido como produto tradicional, mas ilegal devido a parasitas. A aceitação de queijos como casu marzu pode refletir novas tendências alimentares.
(Foto: Andrea Serreli)
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A ilha italiana da Sardenha, localizada no meio do Mar Tirreno, é famosa por suas praias de areia branca e águas esmeralda, além de sua paisagem montanhosa. É nesse cenário que se produz o casu marzu, um queijo infestado de larvas, considerado o queijo mais perigoso do mundo segundo o Guinness World Records de 2009. As larvas do inseto Piophila casei são introduzidas no queijo fiore sardo, um pecorino salgado da região, onde se alimentam e transformam o produto em uma pasta cremosa. O queijo é servido com as larvas ainda vivas, o que provoca reações variadas entre os consumidores.
Embora o casu marzu seja banido de vendas comerciais, os sardos o consomem há séculos. O gastrônomo Paolo Solinas destaca que, enquanto alguns locais têm aversão ao queijo, outros o apreciam por seu sabor intenso e características únicas. A tradição de consumir esse queijo remonta à época em que a Sardenha era parte do Império Romano, conforme explica o jornalista Giovanni Fancello, que pesquisa a história da culinária local. Ele menciona que, apesar de outras regiões italianas terem suas versões de queijos infestados, o casu marzu é uma parte intrínseca da cultura alimentar sarda.
A produção do casu marzu ocorre principalmente no final de junho, quando o leite das ovelhas muda devido ao calor do verão. Mario Murrocu, um produtor local, afirma que a textura esponjosa do queijo indica que ele está pronto para se tornar casu marzu. Embora o queijo seja protegido como um produto tradicional, sua venda é ilegal desde 1962, devido a leis que proíbem alimentos contaminados por parasitas. Apesar das multas elevadas, os sardos continuam a rir da proibição, mantendo viva essa tradição.
Nos últimos anos, a União Europeia começou a explorar a ideia de consumir insetos como parte da alimentação, o que pode ajudar a reduzir as emissões de carbono associadas à pecuária. O casu marzu, portanto, não é apenas uma iguaria local, mas também um símbolo de uma tradição que pode ter relevância no futuro da alimentação sustentável.
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