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Cafeterias do Centro do Rio preservam debates políticos e encontros românticos do século XX

Cafés históricos do Centro do Rio, como a Casa Cavé e a Confeitaria Colombo, preservam tradições e memórias afetivas.

A confeitaria Casa Cave, na Rua Sete de Setembro 133 (Foto: Antonio Scorza/23-05-2018)

A confeitaria Casa Cave, na Rua Sete de Setembro 133 (Foto: Antonio Scorza/23-05-2018)

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Quando pagava a feijoada no Caubi, localizado próximo à Praça da República, no Centro do Rio, deparei-me com um objeto em extinção: o açucareiro de metal. Aquele mecanismo, com sua lingueta frouxa, sempre foi um desafio para dosar o açúcar. Enquanto o atendente perguntava “Débito ou crédito?”, recordei os anos 80 e a nostalgia de um simples pingado com pão na chapa em uma padaria tradicional.

O Centro do Rio, especialmente a Rua do Ouvidor, era um polo de confeitarias e cafés no início do século XX. Esses locais eram cenários de debates políticos e encontros românticos. A Casa Cavé, a mais antiga do Rio, e a Confeitaria Colombo ainda preservam essa história. A Manon, embora mais recente, também figura entre as tradicionais, com mais de 60 anos de história.

Na Casa Cavé, é possível degustar delícias portuguesas, enquanto na Confeitaria Colombo, os espelhos europeus contam histórias de sua construção. O Café Papagaio, que existia nas proximidades, era um ponto de encontro de músicos e jornalistas, onde nasceu o jornal “O Tagarela”. O cartunista Raul Pederneiras, em tom de deboche, apelidou o dono de “papagaio”, e o nome pegou.

A História do Café no Brasil

O café chegou ao Brasil no século XVIII, e Laranjeiras foi um dos primeiros locais testados para seu cultivo. No entanto, o desmatamento prejudicou a terra. Dom Pedro II, ciente do estrago, promoveu um dos primeiros esforços de reflorestamento no país. A história do café é marcada por figuras como Manoel de Aguiar Vallim, que buscava um título de nobreza, mas teve seu pedido negado devido a seu envolvimento no tráfico de africanos.

No mesmo dia da visita ao Caubi, o autor também passou pela padaria que frequentava na infância. Apesar das mudanças, um simples pão com café trouxe de volta a sensação de tradição e pertencimento. A conexão com o passado é reforçada por esses pequenos prazeres que resistem ao tempo.

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