A influenciadora Hannah Neeleman, de 34 anos, tem conquistado a atenção nas redes sociais com vídeos que mostram sua rotina como dona de casa, onde aparece cozinhando e cuidando dos filhos em sua fazenda em Utah. Com mais de 10 milhões de seguidores no Instagram, ela promove um estilo de vida que enfatiza o trabalho […]
A influenciadora Hannah Neeleman, de 34 anos, tem conquistado a atenção nas redes sociais com vídeos que mostram sua rotina como dona de casa, onde aparece cozinhando e cuidando dos filhos em sua fazenda em Utah. Com mais de 10 milhões de seguidores no Instagram, ela promove um estilo de vida que enfatiza o trabalho doméstico como um espaço de felicidade, utilizando uma batedeira Kitchen Aid amarela e preparando receitas caseiras. Neeleman, que é bailarina formada pela Julliard, vive com seu marido, Daniel, e seus oito filhos, todos educados em casa.
Esse fenômeno das “tradwives”, ou esposas tradicionais, tem atraído outras influenciadoras que, com glamour, promovem a vida doméstica. A ex-modelo Nara Smith, com 4,5 milhões de seguidores, também se destaca ao cozinhar em roupas de grife, reforçando a ideia de que as mulheres devem se dedicar ao lar. Pesquisadores apontam que, embora essas imagens pareçam apolíticas, elas promovem valores conservadores relacionados à maternidade e ao papel da mulher na sociedade.
A tendência das “tradwives” se espalhou globalmente, com influenciadoras brasileiras como Victoria Maria Maciel, que adaptam o conceito ao catolicismo e à cultura local. O estilo de vida dessas mulheres tem sido analisado por veículos como o New York Times, que investiga o sucesso econômico de Neeleman, e a revista Evie, que romantiza a vida de dona de casa. No entanto, especialistas alertam que essa visão nostálgica ignora as desigualdades históricas e sociais que permeiam a ideia de um passado idealizado.
Além disso, a conexão entre as “tradwives” e grupos de extrema direita é um tema recorrente nas análises. Embora muitas influenciadoras não se identifiquem explicitamente como supremacistas brancos, suas narrativas frequentemente refletem valores conservadores e hierarquias de gênero. A autora Eviane Leidig destaca que essas influenciadoras utilizam uma linguagem sutil para promover suas ideologias, enquanto a crítica ao feminismo e a defesa de um estilo de vida tradicional se tornam estratégias de marketing que podem ter consequências perigosas para a sociedade.
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