Versace enfrenta novos desafios com a saída de Donatella e a chegada de Dario Vitale

Donatella Versace anunciou sua saída da direção criativa da grife Versace, cargo que ocupou por quase trinta anos após o assassinato de seu irmão, Gianni Versace, em 1997. Durante sua gestão, ela preservou o legado da marca, caracterizado por um estilo ousado e vibrante, que se destacou em momentos icônicos, como o famoso vestido selva usado por Jennifer Lopez no Grammy de 2000. Em sua despedida, Donatella expressou: “Foi a maior honra da minha vida continuar o trabalho de Gianni”. Agora, ela assume o papel de embaixadora da marca, enquanto Dario Vitale, ex-Miu Miu, assume a direção criativa.

Vitale enfrenta o desafio de manter a essência provocativa da Versace, ao mesmo tempo em que se conecta com celebridades que promovem a marca. Com uma trajetória de sucesso na Miu Miu, onde as vendas cresceram 84% sob sua gestão, ele é visto como a escolha ideal para revitalizar a grife. O Grupo Prada, de onde Vitale vem, planeja investir 1,8 bilhão de dólares na aquisição da Versace, que atualmente faz parte da Capri Holdings, visando competir com gigantes do setor, como a LVMH.

A Versace, assim como outras marcas de luxo, enfrentou uma queda nas vendas, que ultrapassou 1 bilhão de dólares em 2024. Para reverter essa situação, a nova gestão deve focar na geração Z, que valoriza a sustentabilidade e a inovação. Vitale, que se identifica com essa faixa etária, é considerado capaz de dialogar com os jovens consumidores e trazer uma nova perspectiva à marca.

Mudanças significativas estão ocorrendo no cenário da moda, com novos diretores criativos assumindo grandes grifes, como Demna Gvasalia na Gucci e Jonathan Anderson na Loewe. A Versace, portanto, se prepara para uma nova era, buscando inovar sem perder sua identidade. “A responsabilidade de um designer é quebrar regras e barreiras”, disse Gianni Versace, um princípio que pode guiar a nova fase da marca sob a liderança de Vitale.