03 de mai 2025
Yuichi Hirose valoriza a tradição do Edo Komon na arte da estamparia japonesa
Artesão japonês Yuichi Hirose moderniza a estamparia Edo Komon, misturando tradição com elementos contemporâneos como caveiras e tubarões.
KAZUHIRO NOGI/AFP/AFP/Getty Images (Foto: KAZUHIRO NOGI/AFP via Getty Images)
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Yuichi Hirose, um dos poucos artesãos da técnica tradicional japonesa de estamparia Edo Komon, busca modernizar seus designs em seu ateliê em Tóquio. Ele incorpora elementos contemporâneos, como caveiras e tubarões, enquanto promove a importância dessa técnica que remonta ao período Edo.
A estamparia Edo Komon é conhecida por seus padrões delicados que, à distância, parecem uma única cor. Hirose destaca que, embora técnicas modernas possam replicar esse efeito, “a beleza feita pelas mãos dos artesãos não pode ser superada por máquinas”. Ele enfatiza a importância de valorizar métodos tradicionais para criar peças verdadeiramente belas.
A técnica surgiu no Japão durante o período Muromachi, entre mil trezentos e trinta e três e mil quinhentos e setenta e três, e se popularizou entre as classes mais baixas como uma forma de imitar o prestígio da nobreza. Os padrões sutis permitiam que os usuários fizessem uma referência discreta ao luxo. Hirose, que assumiu o negócio da família, Hirose Dyeworks, fundado em mil novecentos e dezoito, inicialmente relutou em seguir a tradição familiar, mas acabou se apaixonando pela arte.
O processo de estamparia é meticuloso e exige trabalho em equipe. Hirose e sua equipe precisam alinhar rapidamente estênceis de treze metros para garantir a repetição do padrão. “Não há espaço para erros”, afirma Hirose, que também menciona a necessidade de foco e rapidez durante a produção. Após a aplicação da tinta, o tecido passa por um processo de vapor e lavagem, resultando em um produto final de alta qualidade.
Entretanto, a demanda por kimonos, vestimentas tradicionais, tem diminuído nas últimas décadas, com a preferência crescente por roupas ocidentais. O mercado de kimonos no Japão caiu para R$ 270 bilhões em dois mil e dezessete. Hirose observa que, embora as mulheres agora usem kimonos em ocasiões mais informais, a produção artesanal enfrenta desafios para se manter viável.
Hirose espera que suas inovações ajudem a revitalizar o interesse pela estamparia Edo Komon. “Meu sonho é que as pessoas usem kimonos com estampas de Edo Komon”, conclui Hirose, reafirmando seu compromisso com a tradição e a modernização dessa arte.
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