Fotógrafa revela a ‘magia indescritível’ das paisagens australianas em novo livro

Lisa Michele Burns, ao fotografar a Austrália em 2022, enfrentou a imensidão do país durante duas viagens de quatro meses. Em meio ao deserto, ela sentiu uma crescente sensação de pânico ao perceber a vastidão do território. “Aquela estrada é tão reta,” comentou Burns, refletindo sobre a experiência. Apesar de ter crescido na Austrália, sua carreira a levou a explorar outros lugares, e a pandemia a fez redescobrir sua terra natal. Com seu parceiro, ela capturou a diversidade das paisagens australianas, desde praias de areia branca até desertos vermelhos, resultando no livro fotográfico “Sightlines.”

Devido às restrições da pandemia, Burns dividiu sua jornada em duas partes, explorando a costa leste e, em seguida, o sul e oeste do país. Embora tenha planejado a rota, muitas de suas descobertas foram inesperadas. Um exemplo foi Sheringa Beach, um local isolado que se tornou um dos destaques da viagem. “Não havia mais ninguém lá,” lembrou. Em Gantheaume Point, famosa por suas pegadas de dinossauros, Burns ficou fascinada pelas cores e padrões do arenito. Suas fotos focam nos detalhes das paisagens, revelando a beleza da flora e fauna que habitam ambientes extremos.

Apesar de seu otimismo, Burns observou os impactos das mudanças climáticas, como secas e incêndios florestais. Em 2024, o coral do Grande Barreira de Coral atingiu níveis catastróficos de branqueamento. Ela testemunhou os efeitos devastadores dos incêndios de 2019-2020, que queimaram mais de 10 milhões de hectares e mataram bilhões de animais. “Era incrível ver,” disse Burns, que notou a regeneração da floresta em meio à devastação. Para ela, a fotografia é uma ferramenta poderosa para aumentar a conscientização sobre as mudanças climáticas.

Ao chegar ao Red Center, Burns sentiu a grandiosidade de Uluṟu, um dos marcos mais icônicos da Austrália. “Não percebi o quão significativo seria,” afirmou. Em locais sagrados como o Vale dos Ventos, onde fotos são proibidas, ela encontrou uma conexão profunda com a paisagem. “Foi realmente mágico,” disse, enfatizando a importância de observar e sentir o ambiente ao invés de apenas capturá-lo com a câmera.