Uísques raros se valorizam 280% em dez anos e superam investimentos em relógios

O Brasil, reconhecido como o berço da cachaça, também se destaca como um dos três maiores consumidores de cerveja do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Além disso, o uísque escocês tem ganhado popularidade no país, que ocupa a oitava posição no ranking global de consumo, conforme dados da Scotch Whisky Association (SWA). Em 2023, a média de consumo na França foi de 2,15 litros per capita, evidenciando a apreciação mundial por essa bebida.

Investir em uísque tem se mostrado uma prática atraente, com a valorização do ativo premium alcançando 280% entre 2013 e 2023, segundo a Knight Frank. A demanda crescente, aliada à oferta limitada, tem impulsionado esse mercado. Lizandra Freitas, presidente da Suntory Global Spirits na América do Sul, destaca que a Escócia, maior produtora de uísque, enfrenta desafios para expandir sua produção, enquanto o Japão também se destaca com seu uísque, que ganhou notoriedade internacional.

Entre as marcas que mais se valorizaram, estão The Macallan, Suntory Yamazaki e Bowmore. Um exemplar de The Macallan, engarrafado em 1986, foi vendido por US$ 2,7 milhões em 2023, evidenciando a escassez e a idade como fatores que elevam o preço. Para quem deseja investir, especialistas recomendam focar em garrafas de edições limitadas, que tendem a se valorizar ao longo do tempo, em vez de barris, que podem ser mais arriscados.

O mercado de uísque no Brasil tem crescido, com uma tendência de consumo que prioriza qualidade em vez de quantidade. A pandemia impulsionou a coquetelaria, tornando o uísque mais acessível a um público jovem e feminino. Com a paciência necessária para investimentos a longo prazo, a possibilidade de retorno financeiro é promissora. Como Lizandra brinca, "na pior das hipóteses, se o investimento for ruim, você bebe a garrafa".