Pequena vinícola argentina conquista críticos com vinhos de uvas pouco convencionais

Uma vinícola argentina, Ver Sacrum, foi fundada há 15 anos por três amigos e tem se destacado por suas inovações no setor. Localizada em Los Chacayes, no Vale de Uco, Mendoza, a vinícola utiliza tecnologias modernas e se inspira na vinícola espanhola Comando G, que é conhecida por seus vinhos biodinâmicos. O produtor Eduardo Soler relata que, no início, enfrentaram dificuldades para vender seus vinhos, que eram considerados diferentes e incompreendidos no mercado local.

Historicamente, a Argentina teve um grande consumo interno de vinho, atingindo 96 litros por pessoa por ano na década de 1960, um recorde mundial. No entanto, a indústria começou a mudar nas décadas de 1980 e 1990, focando na qualidade e na exportação. Soler observa que, com a influência de consultores internacionais, a produção se adaptou a estilos que priorizavam vinhos mais encorpados, muitas vezes mal interpretados para o clima quente de Mendoza.

A Ver Sacrum se destaca por suas uvas mediterrâneas, como Marsanne, Roussanne e Grenache, cultivadas em apenas 3,5 hectares. A vinícola produz cerca de 90 mil garrafas anualmente, com uma linha especial chamada Irrepicable, que apresenta edições limitadas de vinhos. Os rótulos são inspirados no movimento art nouveau, refletindo a busca por inovação na produção de vinhos.

Entre os vinhos apresentados por Soler, o Ver Sacrum Geisha Dragón del Desierto é um blend de Viognier, Marsanne e Pedro Ximenez, com notas complexas e uma acidez marcante. O Ver Sacrum Monastrell é um tinto leve, fermentado com o cacho inteiro, enquanto o Ver Sacrum Gloria, feito com Garnacha, é descrito como profundo e técnico. Os preços variam de R$ 219 a R$ 544, refletindo a qualidade e a singularidade dos produtos da vinícola.