Artista plástico morre afogado em São Paulo após enchente romper portão antienchente

Rodolpho Tamanini Netto, artista plástico de 73 anos, morreu na tarde de sexta-feira (24) após ser arrastado por um carro durante uma enxurrada que invadiu sua casa na Vila Madalena, São Paulo. Ele havia instalado um portão antienchente em sua residência, mas a força da correnteza que atingiu a Rua Belmiro Braga foi suficiente para quebrá-lo. O corpo de Rodolpho foi encontrado na manhã de sábado (25) por policiais militares, que foram acionados por testemunhas.

O artista, que morava na mesma casa desde a infância, desceu ao quintal para verificar a situação quando a água já havia alcançado uma altura de dois metros. O portão, que havia protegido sua casa em outras ocasiões, não resistiu ao impacto de um carro arrastado pela enxurrada. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil no 14º DP, em Pinheiros. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, lamentou a morte e destacou a dificuldade da região em lidar com eventos climáticos.

Rodolpho era conhecido por suas obras que retratavam a cidade de São Paulo e suas experiências com enchentes. Em 2008, ele pintou um quadro intitulado "A Enchente", que ilustra a cidade submersa. Jacques Ardies, amigo e galerista, ressaltou que Rodolpho era um "pintor urbano" que buscava mostrar a beleza da capital. O artista começou sua carreira aos 19 anos e participou de exposições no Brasil e no exterior.

O velório de Rodolpho ocorrerá nesta segunda-feira (27) no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, e seu corpo será cremado. Ele era solteiro e não tinha filhos, sendo cuidado diariamente por seu sobrinho, Carlos Medina. Além de Rodolpho, outras duas pessoas morreram na Grande São Paulo devido às chuvas intensas que ocorreram na mesma data, com a capital registrando um dos maiores volumes de chuva da história, com 125,4 mm acumulados.