31 de jan 2025
Alerta por celular se torna rotina em meio à falta de obras para conter enchentes
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro enfrenta enchentes recorrentes, com mortes. Recentes chuvas deixaram 119 mm em seis horas, gerando alerta extremo à população. Projetos de recuperação foram incluídos no Novo PAC, mas sem prazos definidos. Um homem desapareceu após cair em um rio durante a cheia, aumentando a apreensão. Obras prometidas, como a canalização do Rio Acari, ainda não começaram, gerando frustração.
"Moradora de Nova Iguaçu, Carla Aparecida dos Santos tenta salvar roupas e móveis que ficaram debaixo d’água durante o temporal de anteontem. (Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo)"
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A forte chuva que atingiu a Região Metropolitana do Rio de Janeiro causou prejuízos significativos e gerou um alerta extremo para milhões de cariocas. A situação se repete após tragédias anteriores, como as enxurradas de janeiro e fevereiro do ano passado, que resultaram em duas dezenas de mortos e destruição em várias comunidades. Apesar das promessas de grandes obras para áreas vulneráveis, como os projetos Iguaçu e Rio Acari, pouco progresso foi feito, deixando a população dependente de avisos de emergência.
Na manhã seguinte à tempestade, em Nova Iguaçu, a dona de casa Carla Aparecida dos Santos, de 61 anos, lutava para recuperar seus bens após a inundação. Com 119 milímetros de chuva em apenas seis horas, ela expressou sua frustração: “Perdi tudo mais uma vez. Não tenho dinheiro para recomeçar.” Os rios da região, que deveriam ser beneficiados por obras, continuam sem manutenção adequada, e o governo estadual aguarda a conclusão de estudos técnicos para licitação do projeto, que prevê um investimento de R$ 896 milhões.
Em Belford Roxo, um projeto de R$ 208 milhões para recuperação do Rio Botas também foi incluído no Novo PAC, mas sem prazo definido para início das obras. A cidade enfrentou um episódio trágico, com um homem de 43 anos desaparecido após cair no rio durante a cheia. Na capital, o projeto de canalização do Rio Acari, essencial para mitigar alagamentos, também está em trâmites administrativos, com um investimento previsto de R$ 350 milhões.
Além disso, a Rio-Águas planeja intervenções na Zona Oeste, incluindo um reservatório com capacidade semelhante ao da Praça da Bandeira, que custará R$ 100 milhões. Desde 2011, o programa Limpa Rio já aplicou R$ 430 milhões em ações de limpeza de rios e canais. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que, no ano passado, foram retirados 20 mil metros cúbicos de resíduos da bacia hidrográfica, mas a população continua a sofrer com os efeitos das chuvas intensas.
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