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Igrejas em risco: desabamento em Salvador revela precariedade do patrimônio histórico

O desabamento da Igreja de São Francisco em Salvador resultou em uma morte e cinco feridos, evidenciando a precariedade dos monumentos tombados no Brasil. O Iphan e a Defesa Civil interditaram oito igrejas após vistorias em 106 imóveis, destacando problemas estruturais graves como deterioração e infiltrações. A responsabilidade pela conservação é dos proprietários, que enfrentam dificuldades financeiras e falta de fiscalização, complicando a preservação do patrimônio. O Sítio Histórico de Olinda também sofre com degradação, devido a fatores geológicos e intervenções urbanas, aumentando o risco de deslizamentos. O Iphan, com recursos limitados, busca restaurar bens culturais, mas a gestão compartilhada e o apoio do Estado são essenciais para a conservação efetiva.

Na fila. Uma força-tarefa tenta recuperar o recente estrago, enquanto São Miguel aguarda a restauração de seu santuário (Foto: Sosthenes Macedo/Defesa Civil de Salvador e Paul R. Burley)

Na fila. Uma força-tarefa tenta recuperar o recente estrago, enquanto São Miguel aguarda a restauração de seu santuário (Foto: Sosthenes Macedo/Defesa Civil de Salvador e Paul R. Burley)

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O desabamento do teto da Igreja de São Francisco, em Salvador, no início de fevereiro de 2024, levantou preocupações sobre a conservação de monumentos tombados no Brasil. A tragédia resultou na morte de uma jovem de 26 anos e deixou cinco feridos. Após o incidente, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Defesa Civil realizaram vistorias em 106 imóveis, interditando oito igrejas devido ao risco de colapso. Os principais problemas identificados incluem deterioração de estruturas de madeira, oxidação de ferragens e infiltrações.

O pesquisador Nivaldo Andrade, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), destacou que a situação da Igreja de São Miguel, fechada há uma década, é um exemplo da falta de ação em relação à conservação. Ele apontou a escassez de recursos e profissionais para restaurar os monumentos, além da responsabilidade legal que recai sobre os proprietários. A degradação de monumentos, como o incêndio na Biblioteca Nacional em 2018, representa não apenas a perda de bens materiais, mas também de parte da história e cultura do Brasil.

Em Olinda, Pernambuco, o Sítio Histórico, reconhecido pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, enfrenta problemas semelhantes. A localização geográfica e a erosão aumentam o risco de deslizamentos, afetando igrejas e casarios. A professora Juliana Barreto, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ressaltou que a conservação é complicada pela dimensão dos monumentos e pela falta de recursos. A responsabilidade pela manutenção é dos proprietários, que frequentemente enfrentam altos custos.

O Iphan, vinculado ao Ministério da Cultura, é responsável pela fiscalização dos bens tombados e foi incluído no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de 2023, com investimentos de R$ 771 milhões até 2026. Apesar de contar com 1.202 bens tombados, o órgão enfrenta desafios devido à sua estrutura reduzida, com cerca de mil servidores. A preservação do patrimônio cultural exige um esforço conjunto entre proprietários, governo e sociedade civil, conforme previsto na Constituição Federal de 1988.

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