Trabalhadores sobrevivem a avalanche no Himalaia após 36 horas soterrados em contêineres

Dezenas de trabalhadores da construção civil foram resgatados com vida de contêineres metálicos após serem soterrados por uma avalanche no Himalaia, no estado de Uttarakhand, na Índia. A avalanche ocorreu na sexta-feira, quando pelo menos 54 trabalhadores estavam em um acampamento de obras na vila de Mana. Oito pessoas morreram, enquanto 46 foram salvas após cerca de 60 horas de operação de resgate sob temperaturas abaixo de zero. O ministro-chefe do estado, Pushkar Singh Dhami, elogiou os esforços das equipes de resgate, que contaram com a ajuda do Exército indiano e de drones.

Os trabalhadores, muitos deles migrantes, estavam envolvidos na ampliação de rodovias e, devido ao mau tempo, utilizaram contêineres metálicos como abrigo temporário. Segundo o tenente-coronel Manish Srivastava, essa decisão foi crucial, pois os contêineres proporcionaram oxigênio suficiente e facilitaram o resgate, ao contrário de corpos soterrados sob a neve densa. Imagens divulgadas mostram soldados cercando os contêineres danificados, enquanto um sobrevivente relatou que receberam apoio imediato.

Inicialmente, houve confusão sobre a causa da tragédia, com relatos de uma "ruptura de geleira", mas as autoridades confirmaram que se tratou de uma avalanche. A força do evento arremessou os contêineres e um galpão montanha abaixo, próximo ao templo hindu de Badrinath. Sobreviventes descreveram a avalanche como um deslizamento de terra, e um deles, Satyaprakash Yadav, afirmou que conseguiram escapar e se abrigar com o Exército nas proximidades.

O Departamento Meteorológico da Índia emitiu alertas para chuvas e neve em estados do norte, incluindo Himachal Pradesh e Jammu e Caxemira. Avalanches são comuns na região, especialmente no inverno, mas especialistas apontam que as mudanças climáticas têm intensificado esses eventos. O desmatamento e a construção civil nas montanhas de Uttarakhand também aumentaram, contribuindo para a vulnerabilidade da área. Em 2021, um colapso de geleira resultou na morte de mais de 200 pessoas, evidenciando os riscos enfrentados por comunidades locais.