Anac impõe restrições após aviões atolarem no aeroporto de Fernando de Noronha

Após dois incidentes em que aviões comerciais ficaram atolados no asfalto do aeroporto de Fernando de Noronha, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou novas restrições para as operações aéreas no local. As medidas, divulgadas nesta sexta-feira (4), visam garantir a segurança e a continuidade do transporte aéreo enquanto as obras de infraestrutura são retomadas.

As novas regras incluem a proibição de aumento na frequência de voos e a realização de operações simultâneas. Além disso, haverá limitações no peso das aeronaves e no número de passageiros. A portaria que formaliza essas restrições será publicada no Diário Oficial da União na próxima semana.

No último domingo (29), um Boeing 737 MAX da Gol Linhas Aéreas ficou atolado no pátio do aeroporto, após o asfalto ceder durante o taxiamento. Este incidente se seguiu a um caso semelhante com um avião da Azul na semana anterior. A Anac informou que a viabilidade das operações de jatos foi comprometida devido à paralisação das obras de recuperação das áreas pavimentadas.

Medidas Cautelares

A Anac comunicou a decisão à concessionária Dix Aeroportos, às companhias aéreas e ao governo de Pernambuco. A agência destacou que a nova medida cautelar é necessária para preservar a segurança operacional no aeroporto. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) também se manifestou, afirmando que as companhias ajustarão suas malhas aéreas para atender às novas restrições.

As mudanças incluem a redução da capacidade das aeronaves e a operação apenas em pista seca. As regras estarão em vigor até o dia 15 de agosto. A Gol, por exemplo, antecipará seus voos em 30 minutos e utilizará aviões Boeing 737-700 para a rota. A Latam manterá seus cinco voos semanais para Fernando de Noronha, sem impactos diretos nas operações.

Obras de Requalificação

A Dix Aeroportos ressaltou a importância da conclusão das obras de requalificação do aeroporto, que incluem as pistas de pouso e decolagem. Até o momento, apenas uma parte da pista foi concluída, e as obras nas áreas restantes são essenciais para evitar novos incidentes.

O governo de Pernambuco, responsável pela infraestrutura do aeroporto, confirmou que o investimento na requalificação é de R$ 60 milhões. As novas intervenções começarão na próxima semana, focando no pátio de taxiamento e estacionamento de aeronaves. As medidas visam minimizar riscos operacionais e permitir que os trabalhos avancem com segurança.