Aumento de prisões por tráfico no aeroporto de Guarulhos destaca mulheres como 'mulas'

O número de prisões por tráfico de drogas no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) atingiu um recorde em 2024, com 587 detidos pela Polícia Federal, o maior índice desde 2001. O aumento é notável, considerando que em 2014 foram apenas 202 prisões. A quantidade de detidos mais que dobrou na última década, com uma queda significativa apenas durante a pandemia em 2020 e 2021.

As prisões de mulheres também alcançaram um pico, com 293 mulheres detidas no ano passado, quase igualando o número de homens, que foi de 294. Este total representa um aumento de quase cinco vezes em relação a 2014, quando foram registradas 59 prisões femininas. Em janeiro de 2025, as mulheres superaram os homens nas detenções, com 16 presas contra 8 presos.

A Polícia Federal atribui o aumento nas prisões a um maior investimento em segurança e a um incremento nas inspeções e trabalhos de inteligência. A PF também observa que o envio de mulheres para o transporte de drogas pode estar relacionado à busca por tratamentos legais menos severos, já que muitas são mães. Apesar do aumento de detidos, as apreensões de drogas diminuíram, com 2,2 toneladas capturadas em 2024, em comparação com 2,9 toneladas em 2022 e 2023.

Desde 2001, a cocaína é a principal substância apreendida, totalizando 23,9 toneladas até janeiro de 2025. A maioria dos detidos era brasileira, com destino à Europa. Entre as táticas de ocultação, a ingestão de drogas em cápsulas foi comum, com 174 presos em 2024 utilizando essa abordagem. Outras práticas incluíram esconder drogas em partes íntimas e em compartimentos falsos de bagagens.