Servente de pedreiro denuncia violência policial em SP: 'Tomei joelhada' durante abordagem

Lincoln Vicente de Moura, um servente de pedreiro de 34 anos e pai de quatro meninas, tornou-se um fenômeno nas redes sociais após compartilhar um vídeo emocionado sobre um episódio de violência policial que sofreu em Guarulhos, São Paulo, na última terça-feira (18). Ele relatou que, ao sair de casa para trabalhar, foi abordado por policiais que o chamaram de "ladrão e vagabundo". Lincoln, que trabalha na manutenção de vias e esgotos, ganha R$ 2,3 mil por mês e estava a caminho do trabalho, que começa às 7h.

No vídeo, que já acumula mais de 5,8 milhões de visualizações no TikTok, Lincoln expressou seu desespero e indignação. Ele afirmou que, após apresentar seus documentos e não ter antecedentes criminais, um dos policiais ainda lhe deu uma joelhada e continuou a ofendê-lo. O pedreiro explicou que sua única "culpa" foi ter uma tatuagem no rosto com a palavra "life", que, segundo ele, lhe conferiu um "selo de bandido". Ele fez um apelo por respeito ao povo trabalhador e pediu que o deixassem em paz.

Lincoln também destacou que sua intenção ao gravar o vídeo era chamar a atenção para a crescente violência policial nas periferias. Ele expressou medo de represálias e mencionou que já perdeu amigos em circunstâncias semelhantes. O pedreiro, que sai de casa às 4h30 para trabalhar, pediu que as autoridades, incluindo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, e o governador Tarcísio de Freitas, considerassem a necessidade de um acompanhamento psicológico regular para os policiais.

Em sua fala, Lincoln enfatizou que a abordagem policial precisa ser aprimorada, ressaltando que "ser policial é igual ser piloto de avião ou médico", e que é essencial que os agentes estejam em condições adequadas para atuar. Ele concluiu que a situação atual é insustentável e que a revolta nas comunidades está crescendo, pedindo uma mudança urgente nas práticas policiais.