10 de mar 2025
Desaparecimentos em Oaxaca: paraíso turístico enfrenta onda de violência brutal
Dez jovens desapareceram em Zipolite, com apenas uma sobrevivente, Brenda Salas. Os corpos de nove deles foram encontrados a 400 km, levantando suspeitas de impunidade. Autoridades investigam possível envolvimento da polícia nos desaparecimentos. A violência abala a imagem de segurança de Oaxaca, um destino turístico popular. A região é conhecida por ser rota de tráfico de drogas, complicando a situação.
Turistas em um bar em Mazunte, Oaxaca, México, no dia 8 de março de 2025. (Foto: Mónica González Islas)
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A recente onda de desaparecimentos em Oaxaca, México, tem gerado preocupação e indignação. Jacqueline Meza, de 23 anos, foi sequestrada enquanto jantava em um restaurante à beira da praia, alertada por sua mãe. Este incidente se soma a uma série de desaparecimentos na região, onde sete homens desapareceram em janeiro e outros nove jovens em fevereiro, com os corpos deste último grupo encontrados a 400 quilômetros de distância, em um carro abandonado. As autoridades estão investigando a possível participação da polícia nos crimes, que abalaram a imagem de paz da costa oaxaqueña, um destino turístico popular.
Entre os desaparecidos, estavam Lesly Noya, de 21 anos, e Raúl González, de 28, todos vistos pela última vez em Zipolite, uma pequena vila de apenas mil habitantes. As famílias das vítimas estão desesperadas, com mães clamando por ajuda e denunciando a falta de ação das autoridades. Além disso, relatos indicam que a polícia municipal pode estar envolvida, com duas jovens sendo supostamente levadas e agredidas por agentes. O clima de insegurança se intensifica, com um total de dez jovens desaparecidos na área, a maioria entre 19 e 29 anos.
O turismo, vital para a economia local, enfrenta um dilema. Em 2024, a receita gerada por visitantes superou 12.700 milhões de pesos (cerca de 579 milhões de euros), mas a segurança se tornou uma preocupação crescente. O governador de Oaxaca, Salomón Jara, tentou minimizar a situação, afirmando que Huatulco é um destino seguro, mesmo com a escalada da violência. A região, historicamente tranquila, agora se vê marcada por uma série de massacres e desaparecimentos, levantando questões sobre a impunidade e o poder do crime organizado.
A costa de Oaxaca é considerada uma rota importante para o tráfico de drogas, e a presença do narcotráfico tem sido uma constante na vida local. A falta de denúncias por parte da população, que teme represálias, permite que o crime se estabeleça. O assassinato de um ativista ambiental e de um empresário local, supostamente relacionado aos desaparecimentos, evidencia a gravidade da situação. Com as investigações estagnadas e a narrativa oficial tentando desviar a atenção, a insegurança persiste, enquanto a vida continua nas praias, como se nada estivesse acontecendo.
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