Irmãos são presos por ocultar corpo do pai em casa no Rio de Janeiro por seis meses

A Justiça do Rio de Janeiro converteu a prisão de Tânia Conceição Marchese D'Ottavio e Marcelo Marchese D'Ottavio de provisória para preventiva. Os irmãos são suspeitos de manter o corpo do pai, Dario Antonio Raffaele D'Ottavio, em estado de decomposição em sua residência, na Ilha do Governador, por pelo menos seis meses.

O corpo do idoso, de 88 anos, foi encontrado em estado esquelético, levando a polícia a investigar possíveis homicídios e ocultação de cadáver. A audiência de custódia ocorreu no sábado, 24, mas os irmãos não compareceram, pois estão internados em uma clínica psiquiátrica. A juíza Laura Noal Garcia, da 14ª Vara Criminal, destacou a gravidade das condutas e a resistência dos irmãos à entrada dos policiais.

A investigação apura se os irmãos mantiveram o pai morto para continuar recebendo benefícios financeiros. O delegado Felipe Santoro afirmou que a polícia busca esclarecer as causas da morte e determinar se houve homicídio ou se a morte foi natural. Os irmãos são suspeitos de ocultação de cadáver, resistência e lesão corporal.

Vizinhos relataram que Dario não era visto desde o final do ano passado e que havia discussões frequentes entre ele e os filhos. Um vizinho ouviu uma briga em que Marcelo exigia o cartão do banco do pai, que se recusou a entregar. Após a prisão, Marcelo apresentou comportamento agressivo e ambos passaram mal, sendo levados a um hospital.

A polícia chegou ao local após denúncias de vizinhos que estranharam o desaparecimento do idoso. A juíza determinou que, após a alta dos irmãos, uma nova audiência de custódia será realizada para apurar possíveis agressões durante a prisão. Exames periciais devem determinar a causa da morte e o tempo em que o corpo foi mantido na residência.