Ataques em Benue resultam na morte de 85 cristãos e aumentam a insegurança na Nigéria

No estado de Benue, na Nigéria, cerca de 85 cristãos foram mortos em uma série de ataques coordenados. Os incidentes ocorreram entre os dias 1 e 7 de junho de 2025, com 43 mortes registradas em um único ataque nas comunidades de Gwer West e Apa. Grupos armados, identificados como extremistas Fulani, atacaram diversas localidades, incluindo Tse Antswam e Edikwu-Ankpali.

Os ataques têm gerado um clima de insegurança crescente na região do Cinturão Médio, onde conflitos entre agricultores cristãos e pastores muçulmanos são frequentes. O International Christian Concern (ICC) informou que, dias antes, outros ataques em Gwer West resultaram em 42 mortes e no deslocamento de centenas de pessoas.

Situação das Comunidades

Em Tse Antswam, 17 corpos foram encontrados após os ataques. Moradores que perderam suas casas buscam abrigo em uma escola local, onde recebem apoio de vigilantes e policiais. Patrick Modoom, líder comunitário, afirmou que quatorze dos quinze distritos de Gwer West foram atacados em 2024, destacando a falta de resposta das forças armadas.

Abu Umoru, membro da Assembleia Legislativa do Estado de Benue, confirmou que 16 pessoas morreram em Apa e que muitos moradores continuam desaparecidos. A violência se intensificou logo após o sequestro de 14 mulheres na região.

Crescente Crise Humanitária

Desde maio de 2023, mais de 10.217 nigerianos foram mortos em episódios de violência em todo o país, com 6.896 mortes apenas em Benue. O governador do estado de Plateau, Caleb Mutfwang, classificou os ataques como um "genocídio". A crise humanitária se agrava, com milhares de deslocados vivendo em condições precárias, enfrentando escassez de água, alimentos e assistência médica.

O grupo Benue Concern Youths expressou sua frustração em uma carta ao governador de Benue, Rev. Fr. Hyacinth Alia, pedindo liderança e esperança em meio à tragédia. As áreas mais afetadas incluem Gwer West, Guma, Logo, Agatu e Apa, que têm sido alvos frequentes de ataques nos últimos anos. Até o momento, não houve prisões relacionadas aos ataques, e as investigações continuam.