06 de jun 2025
Tragédia na Papuda: preso morre após descaso médico e condições insalubres
Mortes por negligência e tortura no sistema prisional brasileiro revelam uma crise de saúde e direitos humanos. O caso de Leandro Silva é emblemático.
Foto: Reprodução
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Leandro de Oliveira Silva, condenado a dezoito anos de prisão por homicídio qualificado, morreu em junho de 2021 na Penitenciária do Distrito Federal. A causa inicial foi atribuída à Covid-19, mas surgiram indícios de negligência médica e tortura.
Silva, que havia sido preso após a morte de Samuel Ribeiro Alves em um confronto em 2010, enfrentou condições desumanas na penitenciária. Ele passou nove anos em liberdade antes do julgamento, onde expressou arrependimento pelo crime. Após ser condenado, foi levado à Penitenciária do Distrito Federal, que abriga mais presos do que sua capacidade.
Na penitenciária, Silva enfrentou superlotação e falta de cuidados médicos. Sua mãe, Marly de Cássia Oliveira, alertou a administração sobre a depressão do filho e solicitou acompanhamento médico, mas os pedidos foram ignorados. Em outubro de 2020, Silva foi punido por supostamente distribuir medicamentos, o que agravou sua situação.
Em junho de 2021, Silva começou a sentir dores no peito e falta de ar. Apesar dos esforços dos colegas de cela para chamar ajuda, ele foi atendido apenas horas depois. Testes realizados após sua morte indicaram que ele não tinha Covid-19, mas um laudo apontou uma infecção bacteriana. A causa oficial da morte foi uma sepse, mas a família questiona a veracidade dessa informação.
O caso de Silva é um exemplo das condições precárias enfrentadas por muitos detentos no Brasil. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que, entre 2019 e 2023, mais de 10 mil mortes ocorreram em prisões, muitas delas por problemas de saúde e negligência. A situação é alarmante, com taxas de mortalidade entre prisioneiros muito superiores à média nacional.
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