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Brasil reflete os desafios do crime organizado, afirma especialista em segurança

Mark Shaw alerta para a infiltração do crime organizado nas instituições brasileiras e a urgência de reformular as políticas de segurança pública.

Mark Shaw, diretor da Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional (Foto: Divulgação)

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O Brasil é um dos países mais afetados pelo crime organizado, ocupando a 22ª posição no Índice Global de Crime Organizado. Mark Shaw, diretor da Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional, destaca a gravidade da situação, que inclui altos índices de criminalidade e o papel do país como corredor e consumidor de cocaína.

Durante o seminário ‘Crime Organizado e mercados ilícitos no Brasil e na América Latina’, Shaw ressaltou que o Brasil é um microcosmo dos desafios globais enfrentados pelo crime organizado. O país apresenta uma combinação preocupante: altas taxas de criminalidade, baixa resiliência institucional e uma variedade de mercados ilícitos, como drogas e mineração ilegal.

Shaw apontou que o Brasil possui uma pontuação de 8,5 no envolvimento estatal com o crime organizado, colocando-o em 21º lugar entre 192 países. A infiltração de grupos criminosos nas instituições, especialmente nas polícias, é alarmante. Um exemplo é a atuação das milícias no Rio de Janeiro, que dominam áreas densamente povoadas.

Desafios nas Prisões

As prisões brasileiras são frequentemente descritas como incubadoras do crime organizado. Shaw defende que é necessário repensar as políticas de segurança pública, evitando o encarceramento em massa e reconhecendo que as prisões muitas vezes favorecem facções como o PCC e o Comando Vermelho.

A mineração ilegal de ouro também se destaca como um desafio crescente. O aumento do preço do ouro, que ultrapassa 3 mil dólares por grama, tem atraído grupos criminosos que utilizam a mineração como uma nova fonte de lucro. A falta de presença policial em áreas isoladas da Amazônia dificulta o combate a essa prática.

Classificação de Grupos Criminosos

Recentemente, o governo dos EUA classificou grupos como o Trem de Aragua como organizações terroristas. Shaw observa que essa medida pode fortalecer as ações policiais, mas também apresenta riscos, pois pode afetar pessoas que, na prática, são vítimas do crime organizado.

A discussão sobre a classificação de grupos como o PCC como terroristas levanta questões sobre a soberania brasileira. Embora o governo americano tenha tentado influenciar o Brasil nesse sentido, a classificação ainda não foi adotada. Shaw alerta que leis que aumentam o encarceramento podem beneficiar as facções criminosas, complicando ainda mais a situação.

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